RECOMEÇA O JULGAMENTO DO MENSALÃO. TEREMOS JUSTIÇA OU MAIS UM REALITY SHOW NA TV?
Amanhã recomeça o julgamento do Mensalão. E com ele a
expectativa de como se comportarão os ilustres membros da mais alta Corte do
país. E com isso, o mais relevante, o julgamento de fatos que mobilizaram e
ainda mobilizam a sociedade brasileira, vai – de certa forma – sendo relegado a
segundo plano em função do “reality show” em que está se transformando as
sessões do STF.
Em entrevista publicada hoje, no Estadão, o cientista
político Celso Roma, compara o comportamento dos membros da Suprema Corte
americana com o dos brasileiros. A diferença é gritante. O mundo da mais alta
magistratura americana é um mundo secreto. Praticamente nada se sabe como os
juízes se relacionam ou deliberam. Públicos apenas os argumentos orais e o
resumo das deliberações. Já em nosso STF...
O que me chama a atenção, aqui, não é nem a comparação em
si. Vale ressaltar que a maioria dos eleitores americanos, inclusive, acreditam
que a transmissão das audiências seria uma boa para a democracia. No nosso caso não vejo as transmissões como uma fórmula
melhor para a transparência. O que vejo são magistrados afastando-se de suas
funções para se transformarem em personagens em busca de audiência e aprovação
pública.
Segundo Celso Roma especialistas em direito já constaram que
com a transmissão ao vivo aumentou o tamanho dos votos dos ministros e diminuiu
o número de decisões colegiadas sobre as Ações Diretas de
Inconstitucionalidade. Em bom português: expostos pela televisão, os ministros
se exibem mais e decidem menos sobre as matérias.
Para corroborar a análise espera-se amanhã um pico de
audiência. Mais gente interessada no resultado – e na possibilidade de
continuidade – do bate boca entre Barbosa e Lewandowski e menos sobre o que de
fato deveria estar sendo tratado pela Corte.
Torcidas à parte sobre os seus resultados, esse julgamento é
importante para a sociedade e pode nortear o comportamento da classe política
pelos próximos anos, pelo menos. Isso sem falar do destino de inúmeras pessoas,
que esperam por um resultado que pode mudar radicalmente as suas vidas, sem
contar os anos de angústia a espera de uma decisão sobre os seus destinos.
No mais vale registrar um comentário do humorista Tutty
Vasques: Está na moda criticar os ataques de nervos do ministro Joaquim Barbosa
nas sessões do STF. Experimenta só. Pega superbem!
Nas páginas do face é possível constatar. Como diz Tutty tá
pegando superbem mesmo.
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