BLACK BLOCS: A QUEM SERVE ESSE GRUPO?


Mais uma manifestação “pacífica” em São Paulo termina hoje (15 de outubro) termina em pancadaria por conta do tal Black Blocs. No Rio de Janeiro o mesmo problema. Cabe uma reflexão sobre os objetivos e as consequências das ações desse grupo. Classificados quase que histericamente como vândalos, pela mídia, estão assumindo um protagonismo nas manifestações que pode mudar radicalmente a opinião da sociedade sobre os protestos, e criar um clima favorável a repressão, gerar um impasse para aqueles que desejam ir as ruas, de forma pacifica, para protestar ou reivindicar.

O que se deve refletir é que, independentemente dos motivos que levam as pessoas pertencentes a esse grupo expressarem a sua “raiva” contra o sistema, é que tipo de “serviço” terminam por prestar a repressão das manifestações legitimas da sociedade, inviabilizando mesmo a sua realização. 

Depois de anos e anos afastados sem se manifestar, os mais variados segmentos da população não conseguem ir às ruas de forma organizada e muito menos conter esses grupos. Resta o que? Desistir? Compactuar? E os mais variados negócios, constantemente depredados? (Esqueçam os bancos). Como reagirão?

A sociedade se encontra nas ruas com um grupo de revoltados, de uma gente excluída, que tem plena consciência dessa exclusão e desdenha o apoio popular. Em entrevista a um jornal de São Paulo, um participante do grupo é claro: “não precisamos ser compreendidos agora”. A raiva é o componente principal que move esses grupos. Raiva e desprezo pela sociedade organizada. E como a sociedade vai reagir a isso?

Haverá um retrocesso e um apoio maciço a repressão violenta? Por enquanto um ou outro governo pode se fazer de bobo achando bom que o problema acontece no quintal do seu adversário. Mas até quando? A violência desses grupos não faz distinção ideológica. A violência pode sempre ser ampliada e sair do controle.

Os setores organizados, professores, estudantes, sindicalistas etc., sairão da zona da cínica zona de conforto, acolhendo qualquer grupo em seus protestos, terão pulso para impedir a ação dos Black Blocs e afins? Vão continuar com a cantilena de que a polícia deve agir com moderação?

Quanto tempo vai levar para que a sociedade comece a exigir uma repressão pura e simples a qualquer manifestação? Quais serão as consequências disso para a nossa jovem e ainda débil democracia?

É preciso repensar esses grupos. Contemporizar simplesmente não vai resolver. Os prejuízos que eles podem provocar são imensos, não importam as suas razões (e elas existem). O protesto desorganizado e vandalizador não é alternativa para o avanço das conquistas sociais da nossa sociedade.

Conhecer esses grupos, entende-los e combate-los é dever de quem preza pelas liberdades e pela democracia. Compactuar é erro. É caminhar numa direção que pode não ter volta e causar prejuízos irreversíveis a tudo o que foi conquistado após a derrota do regime militar. Mas é preciso oferecer uma alternativa para que está desiludido de tudo, que já são muito e tendem a aumentar nos protestos.

São tempos perigosos e se toda a sociedade não procurar entender o que está acontecendo e não se unir para resolver as questões que fazem com que os excluídos resolvam se fazer ouvir usando a violência eles vão ficar muito mais perigosos ainda.

QUEM SÃO OS BLACK BLOCS?

Formado por jovens entre 15 e 25 anos, em geral de classe média baixa, que estudaram em geral em escolas públicas e universidades privadas. Apesar disso formam uma massa heterogênea composta por professores, analistas de sistemas, ecologistas, ex-presidiários, internos da Fundação Casa e revoltados em geral.

A maioria só conheceu os protestos depois que o Movimento Passe Livre foipara as ruas, que acompanharam como coadjuvantes. Até recentemente suas ações só começavam depois que a polícia tentava desbloquear as ruas ou dispersar os manifestantes. Agora começam agir antes, atacando antes mesmo de serem provocados. E as depredações tem objetivo claro: mostrar a indignação e a raiva.

Carros da polícia estão sendo incendiados, ônibus depredados, estações de metrô e paradas de ônibus destruídas. O ataque ao patrimônio público e privado está virando rotina. Como será na Copa do Mundo e na Olimpíada?


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