JOAQUIM BARBOSA NA BRIGA ENTRE A FIESP E HADDAD
O
aumento do IPTU na cidade de São Paulo foi parar no STF, mais precisamente no colo do ministro Joaquim Barbosa, que deve decidir sobre
a questão até o Natal. O resultado tem consequências políticas para os três
envolvidos, direta ou indiretamente, no pepino. De um lado o presidente da
Fiesp, Paulo Skaf, que viu no aumento uma possibilidade de se cacifar
politicamente. Do outro o prefeito, interessado em aumentar a receita da
Prefeitura e com isso pavimentar as chances do seu partido na luta pela
conquista do Palácio dos Bandeirantes. No meio, o ministro Joaquim Barbosa,
aclamado como herói da moralidade e dos bons costumes, que deixa em aberto suas
pretensões políticas para quando se aposentar.
Se
decide a favor do aumento estará agradando aos petistas, que não se cansam de
critica-lo por conta da sua atuação no processo do Mensalão e desagrada a turma anti PT, além de uma parcela considerável do eleitorado paulistano inconformada com o aumento. Se decidir pela ilegalidade, cacifa Skaf,
aumenta a sua rejeição entre os partidários do PT e ainda ganha a pecha de ter
prejudicado a saúde e a educação dos mais pobres.
Já Skaf,
pelo visto, não perde muito com a coisa, seja lá qual for o resultado, ganhando
seus pontinhos com a classe média e acima, além dos comerciantes em geral, revoltados
com o aumento que em três anos pode chegar a 88 por cento. Na
TV o presidente da Fiesp tem investido contra o aumento, com uma mídia portentosa, esgrimindo
seus argumentos contra o aumento, reforçando a tese de que o aumento prejudica
o comércio, tem potencial para causar desemprego e fere a capacidade contributiva
dos cidadãos paulistanos.
Haddad
contra ataca afirmando que a Fiesp entende pouco de contas públicas, uma
entidade que segundo ele lutou pelo fim da CPMF, que tirou 60 bilhões da saúde
e que está agora fazendo a mesma coisa com a cidade de São Paulo. Se ganhar o prefeito ganha fôlego, afinal são nada menos que 800 milhões de reais em jogo, para realizar algumas obras e sair do sufoco em que se encontra, já que até agora não mostrou a que veio, com sua administração praticamente reduzida a pintar faixas de ônibus e a irritar os motoristas com o aumento drástico dos congestionamentos. Se perder pode jogar a culpa no STF e no presidente da Fiesp.
Interessante
observar que a audiência dada por Joaquim Barbosa a Haddad durou cerca de meia hora, enquanto Skaf
foi recebido por um pouco mais de dez minutos.
Fica
a batata quente nas mãos do ministro Barbosa. Vai ser interessante observar o
desfecho, que irá além do julgamento da questão em si.
Vamos
aguardar.
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