DILMA X LULA. A QUEM INTERESSA ISSO?


Não é de hoje que se fala na substituição de Dilma por Lula nas próximas eleições presidenciais. A boca pequena o tal de "Volta Lula" é ouvido faz tempo, mas – de uns tempos para cá – deixou de ser entreouvido para quase se transformar num clamor, pelo menos em certos grupos.

A perspectiva, ainda que hipotética, de uma eventual perda do poder desencadeou um sentimento de desespero, não só em segmentos petistas, e, ultimamente tem resultado em declarações explícitas de partidos e membros avulsos da tal base aliada. A queda constante da presidente nas pesquisas foi o fator gerador da “crise”.  Ao recuar de 36% para 34%, número mágico, dado por muitos analistas de pesquisas como a barreira que separa candidatos com chance de vencer daqueles condenados a perder os seus cargos, a presidente acionou um alarme nas suas hostes.

Embora não explícito, o “Volta Lula” implica, necessariamente, no “Fora Dilma”. O ex-presidente não tem dado, até aqui, sinais de que aprova essas manobras, mas – ao mesmo tempo – não veio a público para desautoriza-las claramente, o que, obviamente, deixa a presidente numa situação extremamente difícil.

Mas o que há realmente por trás de tudo isso, além do medo da perda do poder, conquistado e solidificado ao longo desses anos? Em primeiro lugar a chantagem, pura e simples. Fragilizada Dilma terá (pelo menos é o que pretendem) de fazer concessões e mais concessões para conseguir manter os apoios da tal base cada vez menos aliada.  Se vencer – e por enquanto tudo indica que o fará ainda no primeiro turno – será reeleita de forma fragilizada, tendo que se submeter àqueles que a "salvaram" de um desastre iminente. Se for para o confronto, agora, exigindo lealdade, talvez seja alvo de um fogo amigo que pode prejudica-la de forma irreversível no projeto de reeleição.


Gente mais sensata nas hostes governistas já entrou em cena, de mangueira em punho, tentando apagar o fogaréu. Resta saber, também, como reagirá a presidente a longo prazo e se suportará as pressões. Hoje,  30 de abril, ela declarou que será candidata com ou sem apoio da tal base aliada. Do PT é que não pode prescindir. E a companheirada, como irá se comportar temerosa de perder o que conquistam até agora?

Uma coisa é certa é possível criticar Dilma por muitas coisas, mas até hoje, nada no seu passado, ou presente, indica que uma conivência – ao menos plena – com o mal feito, como costuma classificar as falcatruas e malfeitores de plantão. Sobreviverá? A ver.  

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