AINDA AS CICLOVIAS

A prefeitura anuncia agora que as ciclovias/ciclofaixas estarão disponíveis também para cadeirantes, skatistas e em breve, talvez, para os catadores de recicláveis. O que parece bom, não passa de um atestado de improvisação na implantação das ciclos. Cadeirantes devem circular na calçadas. Perdão, deveriam se elas permitissem a utilização de cadeiras de rodas. Colocar cadeirantes disputando espaço com skatistas, carroceiros e ciclistas é uma péssima idéia, um atestado de que a implantação das ciclos obedece mais a interesses/motivações político marqueteiras que, de fato, a implantação de uma alternativa válida de transporte em Sampa. Ou é ciclovia ou é outra coisa. 
Skatistas podem conviver com as bikes, mas com cadeirantes e corroceiros? 
Pessoas puxando carroças em busca de material reciclável, na maior cidade do país, é uma situação explícita de miséria que deveria receber das autoridades toda a atenção para sua extinção. Criar e ampliar as cooperativas, proporcionar acordos e meio para que a coleta seletiva seja uma realidade em São Paulo e que as pessoas que vivem uma situação degradante de "futucar" lixo diariamente em busca do seu sustento não existam mais. Coloca-los para circular na ciclovias é apenas um atestado de que não conseguem resolver o problema.
O mesmo raciocínio para os cadeirantes, que sofrem em São Paulo com péssimas, para dizer o mínimo, condições de mobilidade.
Sem planejamento e sem dialogar adequadamente com os moradores e comerciantes nas áreas onde  pretende ou implanta as ciclovias ou que vamos ter são ciclos sem utilização e cidadãos revoltados, contrários as ciclovias, que poedeiras ser de fato uma alternativa para o transito caótico dessa metrópole. 
Mas o que se pode esperar dos nossos administradores? 
Em Nova Iorque as autoridades levaram nada menos de seis anos para implantarem o atual sistema de ciclovias. E leve-se em conta que se trata de uma cidade plana, ao contrário de São Paulo, e com um sistema de transporte público bastante eficiente. E buscaram experiências consagradas em vários países onde a população usa, em grande número, as bicicletas como meio de transporte. Aqui tudo se resume a sanha contra os automóveis, uma ironia se considerarmos que o governo municipal, que vê nos carros um vilão, é do mesmo partido que promove descontos e benesses sistemáticas para a indústria automobilística, estimulando a exaustão a compra de automóveis, como forma de estimular a economia. 
Vai entender.

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