PETROLÃO FAZ DO MENSALÃO COISA DE AMADOR
Sem querer entrar na discussão de qual partido é mais
corrupto e coisas do gênero, ainda assim vale a pergunta: se apenas 10 pessoas,
notem bem, apenas 10 pessoas – e ainda por cima subordinadas (é importante frisar)
podem devolver, mui rapidamente e sem mais delongas, algo em torno de 500
milhões de reais aos cofres públicos, para escapar de uma condenação maior,
quanto de dinheiro foi efetivamente roubado pelos superiores dessa turma?
E pensar que, quando a gente viu aquele pobre coitado, ex-chefe de
departamento dos Correios, o Maurício Marinho, ganhar fama ao protagonizar um
vídeo em que aparecia recebendo três mil reais a título de propina (isso mesmo
a irrisória quantia de três mil reais) - alegando agir sob as ordens de Roberto
Jefferson – achamos que estávamos diante de um exemplo de grande roubalheira...–
só rindo.
Nenhum dos
“contraventores” atuais é chefe do esquema. Os figurões ainda serão (?)
conhecidos. Sabe-se que existia (?) um tal de clube, onde era acertada a
participação de cada uma das “empresas” nas licitações, propinas etc. e tal. Coisa bem organizada o Clube tinha estatuto,
regulamento, como não poderia deixar de ser, quando se maneja tanta grana.
Diante do volume da roubalheira descoberta, o mensalão, que tanto escandalizou
o país, pelo visto era coisa de amador.
Só para se
ter uma ideia, ainda que precária, a tal de refinaria Abreu e Lima (coitado do
homem, tão correto, virou sinônimo de trambique) orçada inicialmente em 2,5
bilhões de dólares, já está em cifras mais gordinhas, alguma coisa na casa dos
20 bilhões de dólares. Ó Deus, por que nada das minhas modestas aplicações
rendem tanto em tão pouco tempo – só rindo.
E ainda temos
os políticos envolvidos no esquema, que estão nas mãos e dependendo do douto
saber do ilustre ministro do STF, Teori Zavasci. A coisa não poderia estar,
digamos assim, em melhores mãos (pra eles). Como se comportará Sua Excelência
nesse processo? Vai melar a biografia ou – como acontece as vezes – se revelar
e levar a coisa adiante. Os primeiros sinais não são alvissareiros: já mandou
soltar o Renato Duque, fato que causou preocupação na Polícia Federal e no juiz
Moro, que pretendiam “amaciar” o elemento com a prisão, levando-o, como
aconteceu com Paulo Roberto Costa à delação, ainda que premiada.
Vai ser
difícil assar essa pizza no Supremo, mas no que depender de certos personagens
que andam por ali, pode-se esperar sempre pelo pior. O fato é que estamos às
voltas com o maior esquema de roubalheira já descoberto no país. Um esquema que
se achava tão protegido que continuava a todo vapor, mesmo enquanto corria a
investigação sobre o modesto mensalão. Não se sentiram sequer um pouquinho ameaçados.
A diferença
agora, ou melhor as diferenças, é que ao contrário do mensalão operadores do
esquema estão dando com a língua nos dentes (Marcos Valério deve estar se
mordendo de raiva) e por conta das atividades internacionais da Petrobrás o
caso está sendo investigado em vários países, aqueles que – como em qualquer
lugar tem seus bandidões – mas onde eles não estão à margem da lei e da
justiça, como aqui.
Vai ser
difícil Teori Zavascki se fazer de morto e tentar deixar o caso criar bolor nas
suas gavetas. Mas... É ver o que acontece. A coisa promete.
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