É O ALGORITMO, ESTÚPIDO!


A União Europeia está em pé de guerra com o Google. Com o padrão monopolista, não apenas do Google, que domina a web e é ruim para o mercado e para os usuários.

Alegam que o site faz uma concorrência desleal com os seus colegas europeus e mais: direciona as buscas de acordo com as suas conveniências comerciais.

Você pode até achar que não tem nada com isso, mas tem. Na verdade quando você digita uma palavra, em busca de resultados, o Google lhe dá respostas de acordo com os seus (lá dele) interesses comerciais. Os resultados apresentados podem até lhe serem úteis, mas existem outros, talvez melhores, ou não, mas que “selecionados” pelo Google “sabotam” o nosso poder e a possibilidade de diversidade de experiências.

O ideal é que todos nós tenhamos acesso, fácil, que fique bem claro, a outras alternativas de consulta e de busca, que permitam que o leque seja mais aberto. O monopólio real do Google impede isso. E é exatamente aí que está a polêmica da comunidade europeia contra o gigante americano.

Não é possível que nossas informações, compras, pesquisas e comunicações estejam restritas, nas mãos, de uma única empresa. É extremamente difícil – e a prática tem demonstrado isso – pressionar um gigante desse porte, praticamente a única opção para determinados serviços.

Na década passada existiam (ainda existe, mas sem presença marcante) outras alternativas de navegadores, como o norueguês Opera e na era pré-mobile o Internet Explorer da Microsoft, que já foi praticamente o navegador preponderante. Temos por aí, ainda, além desses, o Firefox e o Safari da Apple, mas nada se compara a zona de conforto que é usar o Chrome, com sua integração com o leque de serviços do Google, como o Gmail, YouTube, Google Maps e GoogleShopping, entre outros produtos.

O padrão monopolista não é exclusivo do Google. O Android, que detém quase 70% do mercado europeu também está sendo investigado. E temos ainda a grande loja do “quase tudo”, no dizer do colunista Camilo Rocha, a Amazon e a preponderância do Facebook nas redes sociais, por exemplo.

Um bom exemplo disso, citado pelo mesmo colunista, em artigo recente, é o MetalFilter, um blog comunitário americano, com bom tráfego, que estava afetando as receitas do GoogleAdSense. O algoritmo do Google simplesmente rebaixou o MetalFilter nos resultados de buscas e os anúncios foram caindo. Sem alternativas o MetalFilter pode encerrar suas atividades em breve. É só um exemplo, bem específico, por sinal, mas você pode ampliar isso para qualquer outro segmento ou esfera. É o algoritmo, que pode se transformar, eventualmente, no grande vilão da web, principalmente quando manipulado por monopólios de qualquer espécie. São os novos tempos, dos quais muitas vezes sequer nos damos conta do quanto eles podem estar influenciando as nossas vidas.



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