MAR DE LAMA


Não, não é a política, nem o governo, muito menos a economia. É o maior desastre ambiental da história do Brasil, que parece ir caminhando, lentamente, para o rol das coisas cotidianas para ser esquecido em breve, por mais inacreditável que possa parecer. Cidades com mais de 250 mil habitantes permanecem sem água para beber, são mais de 663 km de rios afetados, mortos é a palavra certa. 15 km2 de terras, incluindo áreas de preservação ambiental estão cobertas pela lama que – pasmem – continua vazando da barragem da Samarco. A lama pode ser vista por satélites, tal a sua extensão. O mar do Espírito Santo vai se transformando num lamaçal. As estimativas mais otimistas calculam em pelo menos 10 anos alguma reparação dos danos.

E o que está sendo feito, agora, para garantir a continuidade da vida de milhares e milhares de pessoas afetadas pela lama? Nada de realmente substancial. Só paliativos. A água do rio Doce começa a ser distribuída em cidades, com atestado das eternamente incompetentes prefeituras, que afirmam ser possível o tratamento e que ela estaria pronta para consumo. Uma água que técnicos já afirmaram conter todos os elementos possíveis de serem encontrados na “tabela periódica”.  A Samarco distribui água em carros-pipa e vagões de trem, que antes transportavam querosene e outros produtos químicos nas barbas das sempre incompetentes autoridades.

No mais as providências estão apenas nas mãos do Judiciário, com promotores à frente, exigindo da empresa e dos seus controladores um mínimo de providências. As prefeituras atarantadas, completamente despreparadas para enfrentar uma tragédia deste porte, fazem o possível, o governo do Estado vai no mesmo caminho. E go governo federal, alienado como sempre, está mais preocupado com o impeachment, o destino de Cunha, a aprovação de suas contas surreais, com a política miúda de Brasília, já que sobre os graves problemas econômicos que se abatem sobre a nação, que caminha célere para a recessão/depressão, também não tem solução nenhum.

A nação precisa de revoltar.

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