BRASILEIROS QUEREM FIM DA CRISE SEM SACRIFICIOS. É POSSÍVEL?
Ao
se acreditar em pesquisa realizada pelo instituto Vox Brasil, a pedido da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maioria dos entrevistados quer se
livrar da crise mas sem quaisquer sacrifícios. Os brasileiros se mostram
contrários a qualquer alteração na Previdência e também aos cortes sociais e
aumentos de impostos. 75% são contra cortes nos programas sociais e nada menos
que 88% defendem a permanência das atuais regras previdenciárias.
Vale
ressaltar que não foram registradas variações significativas, nesses
resultados, em todas as faixas de renda, idade e escolaridade dos
entrevistados, que sequer apoia a elevação nos impostos sobre lucros das
empresas, já que apenas 49% acreditam que ela poderia ser benéfica ao país.
É
claro que conhecendo-se os contratantes da pesquisa fica óbvio o objetivo:
pressionar o governo no sentido de frear as tais medidas de austeridade fiscal
e encontrar soluções para sair da crise sem cortes e/ou aumentos de impostos. O
que não quer dizer que os resultados da enquete tenham sido manipulados ou,
sequer, que tenham provocado alguma surpresa.
O
problema é que as contas não fecham.
E
assim voltamos a discussão inicial de como se livrar da crise, incluindo-se aí
– também, os que não acreditam, sequer, que ela existe. Nas hostes petistas é
aberta e clara a divergência sobre como sair do fundo do poço, com as duas alas
de olho nas próximas eleições municipais e as de 2018. Do lado da oposição
parece que tudo se resume ao impeachment da presidente, sem que seja, por
inépcia ou conveniência, apresentar
nenhuma solução, projeto, para o futuro do país.
Temos,
ao redor de tudo isso, a Operação Lava-Jato, cujos desdobramentos são
impossível de serem previstos, com forte impacto na economia. É bem possível
que a maioria da população acredite que o combate a corrupção, como sua
consequência, seja suficiente para equilibrar as contas governamentais e com
isso sejam sanados todos os problemas econômicos.
O
que se conclui da pesquisa, independentemente dos seus resultados, é que falta
um debate e os esclarecimentos necessários sobre o desequilíbrio
econômico/financeiro que se abateu sobre o país. Os atores políticos estão
voltados/concentrados em seus próprios problemas. O governo não tem
credibilidade nem força para propor um agenda política/econômica que seja –
pelo menos – bem vista pela população. Nenhum grupo político também a possui.
Talvez
só com uma degradação total da economia os brasileiros finalmente se deem conta
de que é preciso, com urgência, um projeto de recuperação econômica que inclua
sacrifícios mas que apontem de verdade para o futuro. Neste momento o cenário
aponta apenas para a continuidade da bagunça institucionalizada que nos levará
abaixo do funcho do poço. Infelizmente que sobreviver verá. O que, só Deus
sabe.
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