EM 2018 TEREMOS UM NOVO COLLOR?


“Novo Collor” entendido aqui, esclareça-se logo, como o surgimento de um nome que não faça parte do esquadrão de elite, já posto, para disputar o pleito.

Em 89, tivemos uma eleição disputada por nada menos que 22 candidatos. Pesos pesados da política brasileira, da época, estavam presentes. Lula, Brizola, Mario Covas, Paulo Maluf, Aureliano Chaves, Roberto Freire e Caiado entre outros, foram superados pelo então ex-governador de Alagoas, um desconhecido, que ficou famoso como o “caçador de marajás”.

O cenário que está sendo desenhado para 2018 se assemelha ao que aconteceu em 89. Temos, já declarados como candidatos ou prováveis candidatos, alguns pesos pesados da política: Lula, Aécio, Alckmin, Ciro Gomes, Cristovam Buarque, Eduardo Paes... Todos de alguma forma, desgastados perante a opinião pública, o que – a bem da verdade – não era o caso da maioria dos candidatos em 89. Ou seja, um cenário perfeito para aparecer alguém “contra tudo isso que está aí” e atrair eleitores, cuja maioria está muito decepcionada com a classe política como um todo, noves fora, é claro, o pessoal das torcidas organizadas.

Collor representava na época o “novo”, sob inúmeros aspectos. Jovem, de verdade, cheio de disposição, bonito, bem falante, lutador incansável contra a corrupção e caçador de marajás (sim, meu caro leitor isso mesmo). Era um contraste gritante com os pesos pesados que disputavam com ele. Vale notar ainda que era dono de um dos menores tempos do horário eleitoral, desvantagem que compensou com uma agressiva estratégia de marketing, que funcionou muito bem.

Pesquisa do Ibope, publicada hoje, na coluna de José Roberto de Toledo, revela algo curioso: a rejeição a Lula aumentou significativamente, enquanto a de Marina, Ciro e Alckmin diminuíram (Aécio e Serra oscilaram dentro da margem de erro). Só que nenhum dos cinco conseguiu transformar essa rejeição menor em simpatizantes. Todos continuam com as mesmas taxas de intenção de voto que possuíam na última pesquisa do ano passado. Os eleitores, que deixaram de rejeitar essa turma, foram, para usar a mesma expressão de Toledo, para “cima do muro”. Ou seja, estão na melhor posição possível para serem cultivados por um “novo” qualquer de plantão, a exemplo do que aconteceu em 89.

Quem sobreviver apreciará o cenário.

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