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Mostrando postagens de março, 2016

OS CORRUPTOS, POR ACASO, SÃO DE MARTE?

Confesso que ando meio irritado a ouvir, a torto e a direito, que todos os males deste país estão na política e nos políticos, todos igualmente corruptos e desonestos. Isso, quando na maioria da vezes, saia da boca de cidadãos que pagam, igualmente, propinas, para obter vantagens, ainda que mais modestas que as da ladroagem mais instituída e organizada, que estaciona seus carros na calçada, que não emite nota fiscal quando presta serviços e acha, entre muitas outras coisas, que sonegar não é crime e que pequenas transgressões, como ficar calado quando recebe mais troco do que devia, numa transação qualquer, furar fila, por exemplo, não tem nada demais e vai por aí. Sinceramente, não vejo uma diferença abissal entre o que se pratica na política e o nosso dia a dia, entre o comportamento em geral da população e o dos nossos políticos. O que difere uns dos outros é o montante da malandragem, com exceção, também, para pior, das nossas elites empresariais. Ok, você

SAI DILMA ENTRA TEMER: SEIS POR MEIA DÚZIA?

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Estamos em pleno movimento para decisão do impeachment da presidente. O PMDB já promoveu o seu desembarque, simbólico, do governo. Caso efetivamente a saída da Dilma se concretize teremos mudanças de verdade? O País está mais do que no fundo do poço. Uma simples troca de guarda não resolverá os nossos problemas. É muita ingenuidade supor que a simples saída da Dilma e do PT do governo significa o fim, imediato, de todos os nossos problemas.     A opinião pública está escaldada, desconfiada, irritada com TODOS os políticos, partidos e demais instituições públicas, com exceção, por enquanto, do Judiciário, mesmo assim dependendo da facção na qual a pessoa milita. E não estamos falando aqui da Suprema Corte, sobre a qual as desconfianças também existem, independentemente de simpatias partidárias. O País vai precisar de algo mais que um governo “surpreendentemente bom”, como definiu o atual senador José Serra. Nem vamos ter algo parecido com o que acontece

POLÍTICA NA REDE: A ERA DA MENTIRA?

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Estamos vivendo tempos estranhos, onde é difícil olhar para fora e – por isso – muitas vezes, ou na maioria delas, voltamos o nosso olhar para dentro.   O foco deste post é, por conta disso, uma tentativa de análise do que acontece nessa tentativa de autoconhecimento, desse desejo de entender também o que se passa no “mundo lá fora” que nos leva a informação e contrainformação na internet e nas redes sociais, um ambiente, para o bem e para o mal, onde está se formando uma consciência coletiva, mas que em vez de abraçar – para fora – que ela nos oferece, o que vemos, numa constância assustadora, é um afundar num mundo escuro, de mentiras e de difamação, principalmente nas discussões políticas, onde todos, sem exceção são demonizados e vistos como mentirosos. É nesse ambiente, nos mundos off-line e online,   que prosperam, cada vez mais,   os líderes mentirosos, que não se acanham das suas inverdades, pelo contrário, fazem delas um trampolim para vencer. O pro

FLERTANDO COM O CAOS

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Os ânimos, para dizer o mínimo, estão mais que exaltados. Nada no horizonte indica uma possível saída para a crise política e econômica, que seja sem profundos traumas e radicalizações, cujas consequências são as piores possíveis e de longo prazo. E qualquer um, com um mínimo de tirocínio, já sabe que   vamos vivenciar, pelo menos uma década perdida.   Uma das piores consequências da crise em que o País está mergulhado é a crescente rejeição por parcelas cada vez maiores da população a “classe” política como um todo. Tá, a turma, em sua maioria, não desperta mesmo alguma confiança e muito menos simpatia, mas o sentimento reinante é que todos, ou na melhor das hipóteses, a maioria, está envolvida em alguma falcatrua.   E ninguém parece se dar conta de que não será possível encontrar uma saída se não for pela via da política. E o pior é que a maioria dos políticos continua entretida nos seus joguinhos, no reino da fantasia e da falcatrua em que se transformou Brasília, sem at

LULA E UM CAMARADA JUMENTO “AMIGO” MEU

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No mais desculpas ao ruminante pela comparação Fui, por esses dias, surpreendido com desaforos, o menos agressivo, de coxinha, por conta de um post em minha página no Facebook, quando classifiquei de "tiro no pé" a ida do ex-presidente para a Casa Civil da Presidência. Continuo achando. O que o meu, não sei se ainda, amigo, talvez pelos ânimos exaltados e seu exacerbado partidarismo, provavelmente não entendeu.  Como não é possível, ainda, desenhar, nem aqui, nem no Face, vou tentar explicar novamente:   Não estava fazendo julgamento do ex-presidente. O que disse, e repito, é que achei a precipitada ida para a Casa Civil da Presidência, na verdade uma manobra desastrada. Acho que Lula estaria melhor fora do Governo. Teria sempre a oportunidade de voltar para “consertar as coisas”, considerando-se a hipótese, altamente provável, deste governo estar indo pro ralo.  Ao assumir o cargo de timoneiro do barco, no caso do seu praticamente inevitável naufrági

BOLSONARO, O TRUMP DOS TRÓPICOS?

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Mais que um palhaço: uma ameaça Aqui como acolá, gente como Jair Bolsonaro e Donald Trump não costumavam, ou ainda não são, no caso brasileiro, levados a sério. Nos Estados Unidos Trump foi considerado, de início, apenas um palhaço, uma criatura exótica, a ser descartado, no seu devido tempo. Na melhor das hipóteses, poderia até servir como elemento de pesquisas, de termômetro, para que certos anseios da população, pudessem até ser adicionados às propostas dos candidatos republicanos, mais sensatos e experientes, mas que – ao contrário do que se imaginava – foram sendo descartados. Trump desprezado e/ou ignorado pelos políticos e a mídia vai crescendo. Aqui, como acolá, quem presta atenção em Bolsonaro é no mínimo taxado de idiota. Tá o homem tem posições, teorias e propostas que envergonham os bem pensantes do país. Mas, acolá, como aqui, Trump também foi – inicialmente – ignorado e motivo de chacota e repulsa. O que interessa especular, entender, anali

OS ELEITORES BRASILEIROS E DE TRUMP

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Boa parte dos comentaristas internacionais, que tenho lido, se referem aos eleitores de Donald Trump, para explicar a sua surpreendente ascensão, como “irritados”, “fartos de políticos”, com “baixo nível de escolaridade” e “majoritariamente brancos”. É bastante provável que essas características tenham alguma base nas pesquisas, mas seguramente, como na análise dos eleitores brasileiros, que apoiam ou são contra a permanência da Dilma na presidência, são – definitivamente – superficiais e insuficientes para se ter uma ideia realista sobre quem são e em quem votam os eleitores, apoiadores dos movimentos populistas que ganham força, à direita e à esquerda, no Brasil e nos Estados Unidos, na Europa e em outras partes mundo afora. Se retirarmos da análise o “majoritariamente brancos”, vamos encontrar paralelos nos lugares e em candidatos os mais insuspeitados. São eleitores que não se importam com dados, informações e constatações (inquestionáveis na maioria d

MORO DEU, OU NÃO, UM PALANQUE PARA O LULA?

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Muita gente provavelmente vai discordar, mas acho que o juiz Sérgio Moro deu, de graça, um palanque para o ex-presidente Lula, que saiu de “investigado” para “vítima”, antes mesmo de virar réu e de quebra ainda proporcionou uma “reconciliação” da presidente com o ex, além de dar um fôlego extra para os apoiadores de Lula, incluindo aí o PT e os tais movimentos sociais. O juiz também passou do ataque para a defesa, pela primeira vez – e como muita rapidez – ao divulgar uma nota onde tenta explicar – sem colar – as diferenças entre “condução coercitiva” e prisão e outros “mimimis”, entre eles a diferença entre investigado, testemunha, réu etc., etc.  Pode ser que exista mais carne debaixo deste angú. Mas aí só vendo os desdobramentos. Afinal, há mais de um ano o juiz Moro e os procuradores mostram que sabem o que estão fazendo. Mas, como a história está cansada de demonstrar, todo mundo volta e meia, por mais preparado que seja, pode enfiar o pé na jaca. Seja como

DE 37 PODEMOS SALTAR PARA 97 PARTIDOS. QUEM AGUENTA?

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De 4 em 4 anos... O país hoje tem nada menos 35 partidos e podemos chegar a inacreditável número de 97. Isso mesmo: 97 partidos. São 62 agremiações que pretendem se viabilizar. Alguns são - no mínimo exóticos, como o Partido Universal do Meio Ambiente, o Igualdade, o Partido dos Serviores Públicos e da Iniciativa Privada do Brasil (?), além do Partido de Organização Democrática dos Estudantes, o Partido do Combate ao Desemprego e - acreditem, é verdade, o Partido Nacional Corinthiano. Nós, os eleitores. Obviamente, tenho certeza, o caro eleitor, não fazia a menor ideia sobre o número de partidos existentes, muito menos da possibilidade, apocalíptica, de termos em breve nada menos que 97 agremiações. Mas não se preocupe, segundo pesquisa do Ibope, divulgada na coluna de José Roberto de Toledo, no Estadão, nada menos que 77% não quiseram nem arriscar dizer a quantidade de siglas partidárias existentes no País. 23% chutaram um número e só 2% acertaram. Partidos que são u