NINGUÉM SAIU MAIS RICO DO MEU GOVERNO


Podemos nos orgulhar do fato de que, em cinco anos e meio, nenhum homem ou mulher que trabalhou para o meu governo dele saiu com mais bens materiais do que quando aqui entrou. Nenhum funcionário ou funcionaria teve qualquer lucro às custas do bem comum. Isso diz muito sobre quem vocês são. Erros foram cometidos, sim, mas nunca em proveito próprio. Gostaria muito de ser rico para poder compensa-los pelo serviço que prestaram à nação”.

As frases acima foram pronunciadas por Richard Nixon, ao se despedir de assessores e membros de gabinete, aliados mais fiéis, logo após ter renunciado a presidência dos Estados Unidos por conta do escândalo que ficou conhecido como Watergate, a desastrada operação de espionagem contra o Partido Democrata.

Nixon, como lembra a jornalista Dorrit Harazim, em sua coluna em O Globo, com o título “As cinzas do poder” havia sido reeleito com uma maioria de 61% dos votos e que chegou aos 68% de aprovação ao encerrar o envolvimento americano na Guerra do Vietnã, estava amargando nada mais de 20%, por conta do Watergate.

Ao perceber que não conseguiria escapar de um processo desgastante no Congresso, Nixon renuncia mas falando do futuro, “em que o nosso foco deve se concentrar na paz externa e na prosperidade interna”. “Nunca fui de desistir”, disse Nixon, “sair da Presidência antes do término do meu mandato é contrário a cada instinto do meu corpo mas” – notem a diferença – “mas decidi fazê-lo para colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar”.

Seja sincero: você conhece algum político brasileiro que possa dizer com toda sinceridade as frases lá de cima, sem corar, como pergunta Harazim? E que tenha a grandeza de colocar o país em primeiro lugar, renunciando aos seus interesses particulares, até mesmo a sua história,  permitindo que se vire a página da história, falando, como ressalta Dorrit, voltado para o futuro e para os interesses maiores do país?

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