SAÍDA DE DILMA: NÃO HÁ O QUE COMEMORAR.
Com exceção daqueles que enxergam o
mundo e suas vidas, unicamente pela ótica de Deus e o Diabo na Terra do Sol, a
eterna luta entre os contrários, o bem versus o mal, sem nenhuma chance para
soluções intermediárias. Seja lá qual for o lado, de uns e outros, não vejo
motivo para comemoração. Um processo de impeachment não é um remédio indolor e
Dilma não é Collor. Sai um entre outro e tudo está resolvido. Antes fosse.
E é bom esclarecer que estou entre
aqueles que acham que a presidente deveria sair, e quanto mais rápido melhor.
Dilma não tinha mais nem apoio político e, muito menos, o que é mais
importante, da maioria da população. A piora de todos os indicativos
socioeconômicos, não conheceu nenhum plano/projeto para superá-los. Colocar a
culpa na oposição é conversa para a militância.
Não dá, também, para comparar com o
clima vivido pelo país quando do impeachment de Collor. Ele saiu, ou foi saído,
sem respaldo algum, sequer da sua comentada “tropa de choque”. Dilma tem um
partido e o apoio de inúmeras organizações, além de uma boa parte da população
– não importa se minoria – que deseja a sua permanência no poder. Como se não
bastasse, ainda que a maioria da população desejasse a saída da Dilma, ela não apoia
o governo de Michel Temer. Na verdade sequer conhece Michel Temer.
Em seu pronunciamento de despedida Dilma deu inúmeras "senhas" para o futuro do comportamento dos seus
aliados, que podem ser resumidas num “vamos resistir e faremos o possível e o
impossível para não dar sossego ao golpista Temer e seus aliados”. O novo governo enfrentará tempos difíceis que independem, inclusive, da oposição arraigada
que lhe farão o PT e seus aliados. Começa pela conquista da confiança da população, tarefa nada fácil para um governo que precisa fazer muito em pouco tempo.
Além disso, achar que o governo Temer será a salvação da
lavoura é muita ingenuidade – e não estou me referindo a competências.
O buraco em que nos encontramos não é pouco profundo. Nenhum governo, por mais
competente que seja, será capaz de resolver em nossos problemas em pouco tempo.
Não será inclusive o sucessor de Temer, seja lá quem for, o salvador da pátria.
Temer, na hipótese de que venha, realmente, a tomar as medidas necessárias, o
terá de fazer em pouquíssimo tempo. Se terá competência e mais do que isso
poder, só o tempo dirá. Não dá pra deixar de considerar que mesmo nas previsões
mais otimista o Brasil só começará a sair, efetivamente, do buraco dentro de
uns 10 anos. Mas, ainda assim, Temer deverá demonstrar, já nos primeiros dias,
que será capaz de enfrentar os graves problemas brasileiros.
Não é demais lembrar, também, que o
presidente em exercício, pode também ser posto para correr, caso prospere a sua
cassação, e a da presidente, pela via do TSE, onde está em andamento processo contra a dupla.
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