ELEITORES ESTÃO DEFININDO VOTO NA ÚLTIMA HORA
As “flutuações” nas pesquisas que
registram, em cima da hora, mudanças radicais nas eleições tem uma explicação:
pelo menos um em cada três eleitores decidiram o voto próximo ou mesmo no dia
da eleição. Esse opção, pelo voto na reta final foi constatado em pesquisa
realizada pelo Ibope, publicada no jornal O Estado de São Paulo, por José
Roberto de Toledo, no último dia 24, revelando que 19% do eleitorado escolheu seu
candidato no dia da eleição, juntando-se a outros 15% que disseram ter feito a
escolha em dias próximos a ida às urnas. Ou seja, nada menos que um terço do eleitorado deixa para decidir o voto em cima da hora.
E é justamente este terço dos
eleitores que está derrubando candidatos e elegendo aparente “azarões”. A
pesquisa revela que este percentual varia de acordo com o número de habitantes
das cidades. Chega a 45% naquelas com mais de 500 mil habitantes, a mesma taxa
média das capitais, enquanto nos municípios menores, uma sólida maioria (63%)
decide o voto já no início da campanha.
Há um dado sobre o qual é preciso se
debruçar: nas grandes cidades, e nas capitais, os eleitores declaram que a TV é
a sua principal fonte de informação: nada menos que 36% afirmam que a TV é o
maior influenciador do voto. Já nas cidades menores a papel da TV é secundário.
Conversas com amigos e parentes são consideradas importantes, decisivas mesmo,
para a escolha em quem votar.
A questão a ser aprofundada é
consequência direta desta informação: quando a TV entra em cena como a
principal fonte de informação, quais seriam os motivos para que essa parcela do
eleitorado, que usa essa fonte para se decidir, só o faça nas vésperas da
eleição?
Ao que tudo indica o acesso às
candidaturas, exclusivamente pela TV, revela uma dificuldade de conhecer de
perto os candidatos e a inexistência de uma discussão sobre política, com
amigos e familiares, que – provavelmente – aumenta o desinteresse pelo processo
eleitoral, favorecendo essa mutabilidade das intenções de voto.
São questões como essas que os
ilustres parlamentares deveriam se preocupar quando começam a desenhar as tais
reformas políticas, cujo formato, mais uma vez no melhor estilo Frankenstein,
começa a ocupar as discussões no Congresso e nos artigos de jornais.
Comentários
Postar um comentário