TEM OTIMISTA NESTE NATAL: OS BANCOS.
Já tinha implicado com os
esquizofrênicos comerciais natalinos do Banco do Brasil e do Itaú, mas Eugênio
Bucci, num artigo com o mais que adequado título, Perdidos no
tempo, publicado hoje no Estadão, diz tudo o que penso e mais um tanto (bastante
mais) e com um foco muito maior. Vale ler, se quiser se ilustrar. Eu, aproveitei
a deixa, mas fico aqui, com minha visão bem mais reducionista.
É surpreendente (ou não?), que
diante do caos em que estamos mergulhados, as instituições bancárias tenham a
cara de pau de rotular 2016 como “um ano
inesquecível”, feito por “aqueles
segundos que se tornam eternos dentro da gente”, embalados, no caso do BB
por uma canção, cujos versos são demais conhecidos: isso me acalma, me acolhe a alma. Devem ser as dívidas, a inflação
e a ladroagem, que germinam como ervas daninhas em todos os grotões neste
imenso Brasil, que tornaram 2016 inesquecível. E conclui: Feliz 2017. E conte com o Banco do Brasil em cada segundo. Que
saber? Eu pagaria um boa grana para saber qual é o chazinho que os criadores, e
aprovadores, das campanhas do BB e do Itaú andam tomando.
O Itaú, também, não deixou por menos
e, saiu dando conselhos: “pense menos em
mim, e mais em você. É perdendo tempo que se ganha a vida. “O segredo do tempo”, se dispõe a contar,
“não está nas horas que passam, está nos
momentos que ficam”. E vai por aí, até assinar, com uma rima pobrinha: “Itaú Digital, para você ter mais tempo para
ser pessoal”.
Bucci é um jornalista ilustrado e
professor de renome da ECA-USP e cita Newton, Espinoza, Gerald Whitrow, ntre
outros, além de filmes marcantes, para demolir os argumentos dos bancos. Eu vou
aqui mais no grosso, pois não possuo a sua verve. Dinheiro não dorme e não
perde tempo. Se você sair por aí, curtindo uma de jovem anos 60, pensando mais
em você, que nos bancos onde tem conta e acreditando contar com eles para ter
mais um 2017 inesquecível, provavelmente o terá, mas – com certeza – serão
lembranças catastróficas. Abra o olho e não caia na conversa dos bancos. Eles
estão por aqui apenas para se darem bem. Muito bem. E às suas custas, pode
acreditar, inclusive produzindo comerciais como estes, onde parecem estar dando
uma curtida com a cara dos seus correntistas.
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