BOLSONARO PRESIDENTE
Em três pesquisas publicadas recentemente (Ibope, Data Folha
e MDA) basta uma passada de olhos para
ver como Bolsonaro cresce, ultrapassando pesos pesados da política, como Aécio
Neves (7% a 2% na espontânea) e empate na estimulada.
Até muito recentemente, atuando como protagonista em
espetáculos bisonhos, preferencialmente ao lado do seu inseparável parceiro, o
Jean Willys, Bolsonaro começa a ser
levado a sério, principalmente agora, com sua performance “inesperada” nas
pesquisas.
O eleitorado anti-Lula também voltou os seus olhos para Bolsonaro. Candidatos como Aécio Neves
não representam mais essas pessoas, críticas também do governo Temer, ao qual o
PSDB faz parte com crescente entusiasmo. Para Bolsonaro, o papel de anti-Lula
cai como uma luva.
Para quem acha que as ideias heterodoxas de Bolsonaro podem
prejudicar, ou mesmo inviabilizar a sua candidatura, convém colocar as barbas de
molho. Os exemplos estão aí, mundo afora. Temos Donalds Trumps e Maries Le Pen,
os mais famosos no momento, espalhados e espalhando-se pelo mundo todo,
explorando o medo e a decepção das pessoas, ameaçadas pela pobreza, desprezadas
pelo processo de globalização e as novas relações de trabalho.
Aqui, ao que tudo indica, Bolsonaro parece que já se deu conta da sua
importância. Parou com os teatrinhos,
está levando a sério a possibilidade de fazer bonito na campanha e já despertou
o interesse de vários partidos em tê-lo como candidato.
Para os que insistem na descrença vale lembrar (precisa?) a
eleição de Donald Trump. Desde o início não foram poucos os prognósticos e as
certezas sobre a sua impossibilidade de ser eleito. Trump ganhou praticamente
no braço a sua indicação à Presidência, derrotando um a um, todos os pesos
pesados do Partido Republicano e – em
seguida a Hillary Clinton – contra todos os prognósticos. Chegou a
Presidência – e lá permanece – com o mesmo discurso, que levou pânico e revolta
a um número significativo de americanos.
Ora, direis, mas lá a eleição é indireta!. Ok, é verdade,
mas é verdade também, que tanto o discurso do candidato, como o do até agora, presidente,
sempre teve um foco voltado para um determinado segmento do eleitorado, nem um
pouco desprezível, que marchou junto com ele até a Casa Branca, sabendo muito
bem de quem se tratava. E, se não bastar este exemplo, é só ver como pipocam
mundo afora outros clones de Trump, com grandes chances de vitória, seja através
de eleições diretas e indiretas.
Aqui, na terrinha, Bolsonaro, ressalvadas todas as
diferenças, me lembra o Collor, que, em 1989 –
derrotou todos os figurões da
época, elegendo-se como o presidente que iria acabar com a esculhambação geral
que assolava o país. O “caçador de marajás” enfrentou nada menos que 22 adversários,
entre eles, Lula, Brizola, Mario Covas, Maluf, Ulysses, Aureliano Chaves e até
Gabeira. Com um tempo ridículo, principalmente se comparado com os concorrentes,
e começando a campanha com apenas cinco por cento das intenções de voto, pouca
gente acreditava na sua vitória. Deu no que deu.
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