AS PESQUISAS, AH AS PESQUISAS....



É só sair uma dessas pesquisas de intenção de voto, que começam as especulações e as interpretações, a maioria delas equivocadas. Vejamos as últimas três  recentemente divulgadas:  da CNT, do Poder360 e do Ipsos.

Todas as atenções voltadas para o fato de Lula continuar na liderança, com cerca de 30% das intenções e Bolsonaro “na cola” com 20% e em franco crescimento. Daí para dar como certo que os dois já tem um lugar assegurado num hipotético segundo turno é um pulo e que não é, em absoluto verdadeiro. Já a do Ipsos, a mais recente, o que chama a atenção é o “todo mundo” com percentuais altíssimos de rejeição. Não escapa ninguém, nem mesmo a nova PGR, Raquel Dodge, que em menos de uma semana de função já chegou a casa dos 46% de rejeição.

Esquecem, no caso da CNT, principalmente os jornalistas e os comentaristas políticos, dos outros dados da pesquisa, tão o mais importante que o fato de fulano ou beltrano estarem em primeiro ou segundo lugar. Se somados as intenções de votos nesses dois, temos 50%. Os dois quartos restantes são ocupados por todos os demais presidenciáveis colocados, que juntos somam 25% das intenções e, o que é mais interessante, temos no outro quarto o pessoal que não pretende votar em nenhum deles. Está aí algo bem interessante, um enorme contingente de eleitores que eventualmente podem ser motivados por algum candidato. Um outsider? Talvez.

REJEIÇÃO NAS NUVENS PRA TODO MUNDO

Mas as tabelas mais reveladores do humor do eleitorado e do quanto vão ter que ralar os candidatos, são as dos números da rejeição. Praticamente todos estão lá pelos 50%, na pesquisa da CNT. Da turma que afirma não votar de jeito nenhum nos presidenciáveis que se apresentaram. Incluídos aí os dois que lideram a pesquisa.

A pesquisa do Poder360 é telefônica, o que exclui todos os que não possuem celular e mais um tanto de gente que não interage com gravações, revela que Lula depois de oscilar positivamente, de 26% para 32% teria retornado ao 27% tão logo acabou a caravana pelo Nordeste e o ex-presidente retornado ao noticiário negativo com as suas audiências com o juiz Sérgio Moro.
Na do Ipsos, onde todo mundo é rejeitado, o Lula obteve sinais positivos. O percentual dos não concordam com a atuação do ex-presidente caiu de 66% para 59% e a parcela que o aprova teria subido espetacularmente de 32% para 40%.

Ou seja, tem números para agradar e desagradar a Deus e o mundo.
Apenas uma coisa é comum a todas elas. O distinto público está com muita, muita má vontade com relação a todos os atores da vida pública. Basta aparecer, ser cogitado para alguma coisa, que lá vem a avaliação negativa.

CANDIDATURAS AVULSAS

A conclusão é das mais óbvias: serão eleições difíceis, muito difíceis para todo mundo, com exceção, talvez para algum outsider que apareça por aí. Mas mesmo assim, tão logo se apresente atrairá desconfianças e rejeição, principalmente se vier atrelado a algum dos partidos que estão na mira da sociedade. O melhor dos mundos para esse “senhor(a) desconhecido(a)” seria a candidatura independente. A possibilidade talvez exista. O ministro Barroso, do Supremo liberou para julgamento uma ação sobre a possibilidade de pessoas sem filiação partidária concorrerem em eleições.

De resto espera-se, seja lá de quem for, um projeto de nação, coisa que até agora os presidenciáveis postos não apresentaram. Cientistas políticos acreditam que nas próximas eleições o voto será mais conservador e que o eleitor será, também, mais exigente. Ou seja, não vai adiantar sair por aí dizendo que vai resolver tudo na base da truculência que não vai adiantar. Os próximos meses serão bastante decisivos para ver que tem fôlego para continuar na disputa e se este tal de “desconhecido apartidário” aparecerá e será convincente. A ver.

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