“Tem esquema em todo
lugar: na universidade, nos bombeiros, no Legislativo, no Executivo, na
iniciativa privada...”O lamento está, hoje, no
Fórum dos Leitores do Estadão. (Eu acrescentaria no Judiciário...) Mas esse
é o tipo de lamento/constatação, que se constitui no maior dos perigos que
ameaçam o País.
Ladroagem e “esquemas”
existem em todos os segmentos das sociedades, modernas ou não, em qualquer
lugar do planeta. A diferença está na impunidade e no grau de contaminação, do
controle que possam exercer sobre a população.
Denúncias de toda a
sorte, prisões de figurões até bem pouco tempo tidos com intocáveis, delações,
premiadas ou não a roldo, depoimentos teatrais de condenados... todos os dias
somos surpreendidos por toda sorte de “mal feitos”, cada um mais espetaculoso,
mais grave e insuspeitado que os outros.
Com isso vamos
concluindo, com uma ajudinha dos meios de comunicação e seus comentaristas
especializados, que ninguém presta, que a prática de crimes, nos seus mais
variados graus, é uma característica inata da política e dos políticos e, o que
é bem pior, que a corrupção é algo entranhado na sociedade brasileira, onde
apenas a oportunidade de cometer delitos separa os honestos dos desonestos.
Por tudo isso está mais
que na hora das pessoas de bem, dos políticos honestos (sim, eles existem sim
senhor), saírem da toca, transformarem a vergonha e o medo em esperança real
para o País. Sim, País com letra maiúscula mesmo.
A descrença total na política
e nos políticos costuma levar à ditaduras. Não importa se da direita ou da
esquerda, populistas ou não. A democracia, para sobreviver, precisa da política
e dos políticos. E ela, neste momento do Brasil, precisa de uma renovação
total.
Não é a toa que começam a
surgir outsiders, dispostos a concorrer em todos os cargos eletivos, cuja
plataforma principal está no fato de não serem políticos, de não praticarem a
política tradicional.
São bem-vindos, sem
dúvida nenhuma, como um fator de renovação necessário. Mas o fato de serem
apenas outsiders, neste momento, não é uma credencial completa e definitiva
para que ocupem cargos, relevantes ou não.
O Brasil precisa de pessoas, de
políticos, novos ou velhos, que tenham projetos, que defendam causas, capazes
de mobilizar a sociedade.
E essas pessoas, esses
políticos precisam dialogar e muito com a sociedade. Menos falatórios sobre
quem são e mais ideias para serem discutidas. As redes sociais estão aí e são
um ótimo instrumento para oxigenação do debate, sobre os caminhos que devemos
trilhar, para sair desse atoleiro e chegarmos ao lugar que merecemos entre as
demais nações do planeta.
E a hora é essa. Quem se
atrasar vai perde o bonde da história
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