JESUS NÃO ERA BRANCO DE OLHOS AZUIS: ERA UM JUDEU NEGRO DO ORIENTE MÉDIOS. OK. E DAI?
Pra começo de conversa não há nenhuma
descrição física Dele na Bíblia, nem dos seus apóstolos, familiares e círculo de amigos. Isso só teria sentido, só seria uma
preocupação, uma relevância, se Ele fosse completamente diferente dos
habitantes, na época, do Oriente Médio. Não existem controvérsias sob o ponto de vista científico. Mas quem se lembra dessa questão, quando milhões de
cristãos se unem para celebrar a Páscoa? Nessa Sexta-feira Santa, foram todos
às igrejas para cultuar e lembrar da sua morte na cruz. E será uma imagem de um
homem branco, em tudo semelhante aos ocidentais, que será reverenciado.
Se Jesus fosse branco, cabelos
encaracolados, olhos azuis etc., em meio a uma população composta por judeus negros,
certamente seria um fato a chamar a atenção e a merecer alguma explicação nos textos bíblicos. Não existe nada disso, nem sobre Ele, sua família, apóstolos... nada. Ou seja, Jesus seus discípulos não tinham nada
que os diferenciasse dos demais habitantes da região.
Qual a importância disso, afinal?
Se em vez de uma pessoa, branca, cabelos
alourados e olhos azuis tivessem os cristãos, como objeto de suas orações e
adoração, um judeu negro, teríamos uma revolução e tanto na religião católica.
Esse Deus teria se espalhado mundo afora, como aconteceu com o cristianismo? O
racismo tomaria outro rumo? Seriamos todos mais tolerantes ou o cristianismo
estaria reduzido a crenças, como as dos povos africanos, restrita a determinadas
regiões e povos muito específicos?
Nós usamos modelos para moldar os nossos
conceitos e as nossas crenças. Se através da fé pudéssemos reconhecer a
importância da diversidade étnica, provavelmente provocaríamos uma mudança extremamente
vigorosa no mundo. Infelizmente não parece ser o caso do catolicismo, que está
muito longe de reverter essa imagem de Jesus. É possível encontrar, em igrejas
ortodoxas representações do Cristo, como um homem moreno ou mesmo negro, assim
como é bem possível encontra-lo como tal em igrejas na África. São raras,
entretanto. E a comunidade cristã pode continuar separando o seu amor, a sua
devoção a Cristo da compaixão e da identificação com seres humanos com
outra aparência.
O embranquecimento do filho de Deus
contribuiu – sem dúvida – para que cristãos brancos se sentissem à vontade em
seu antissemitismo e pela continuidade da exclusão de pessoas que não se
pareçam com eles.
Por tudo isso teria sido muito bom se nas
manifestações da Semana Santa e da Páscoa, que acabamos de celebrar, nos
deparássemos com um Cristo judeu negro do Oriente Médio. Poderíamos, talvez,
sermos levados a refletir sobre o sofrimento de milhares e milhares de pessoas,
pelo simples fato de serem diferentes. E assim, também, pudéssemos repensar o
sacrifício de Jesus, que o ofereceu a toda a humanidade e não apenas a um grupo
específico, não importando a cor, a idade, a etnia, ao posto que exerce na
sociedade. Certamente estaríamos assim honrando não só o seu sacrifício, como também a todos os
ensinamentos do Cristo Jesus. Quem sabe um dia. Assim seja!
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