PESQUISAS, AH AS PESQUISAS (AGAIN AND AGAIN)
Os últimos dias foram
pródigos em pesquisas, de intenção de voto e avaliação, ainda que por vias
transversas, de governo. Tivemos a da CNT, do Ipsos, do Poder360, da Folha, do
Ibope... em todas elas o que mais chama a atenção é a rejeição a todo mundo.
Sobrou até pro Luciano Huck e a recém empossada Procuradora Geral da República,
Raquel Dodge. E o Temer, coitado, está prestes a se transformar na
unanimidade da rejeição.
O problema, sempre tem um
problema, é que pesquisas que misturam opinião sobre desempenho dos políticos
com intenção de voto, levam – muitas e muitas vezes – o entrevistado a
responder como se estivesse avaliando um candidato. É difícil de acreditar que
o Brasil inteiro é contra o presidente e que a PGR, que sequer completou duas semanas
no cargo, já carregue a rejeição de mais de 40% dos brasileiros.
A bem da verdade Temer, ao
tomar posse como presidente interino, não era exatamente um campeão de
popularidade. Na época contava com o apoio de apenas 13%, em pesquisa do Ibope,
contra 39% dos que já o consideravam um presidente ruim. É preciso mais análise
para entender os motivos de tamanha rejeição, considerando-se que em um pouco
mais de um ano, sob o seu governo a taxa de juros recuou em praticamente à metade, a inflação caiu de 9,28%
para apenas 3%, a produção industrial e as vendas do varejo aumentaram e até o
desemprego, ainda que lentamente, passou a dar sinais de recuperação, com novas
contratações sendo registradas mês a mês.
O caso da PGR é ainda mais
curioso. A procuradora fez apenas uns dois ou três discursos, absolutamente
protocolares, até a data do fechamento das pesquisas, nada justificando tão alto
índice de rejeição. A de Luciano Huck é outra mal explicada. O apresentador é o
típico bom moço, bem casado, não se mete em encrenca e até tem aparecido em
pesquisas de outros institutos como o segundo colocado em intenções de voto
para presidente, logo atrás de Joaquim Barbosa.
Outra possibilidade, ainda que apenas uma impressão, é que cada um desses institutos esteja servindo a causas não muito republicanas.
O que se pode concluir,
talvez, é que a irritação dos brasileiros com os políticos e a política, insuflada,
é bom que fique claro pela mídia, principalmente a televisa, pode ter chegado
ao máximo, voltando-se contra qualquer que se apresente como ligado ao sistema,
à política.
Sempre que qualquer notícia boa
é conhecida, ouve-se, assiste-se, a ressalva: apesar da política, apesar do Congresso,
apesar dos políticos... Estão todos prestando um perigosíssimo favor ao populismo, às
ideias do atraso, as soluções de força. Sem a política, sem os políticos,
gostemos ou não dos que aí estão, neste momento, não existe democracia, não
existe liberdade. Além disso, é bom não esquecer, que essa turma aí não foi
colocada lá pelos marcianos. Todos foram eleitos, foram postos nos cargos que ocupam, pela força do
voto. Os brasileiros os elegeram. Cabe aos brasileiros, pela força do voto,
fazer a renovação que acharem necessário. Unicamente pelo voto, unicamente de
acordo com as suas consciências e convicções. E, por favor, não deleguem essa função para os nobres ocupantes do Judiciário
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