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Mostrando postagens de 2019
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QUE SAUDADES DOS TEMPOS DA DITADURA ( Advertência - rsss: o título acima, como os de outros posts, é apenas um recurso “publicitário” para estimular a leitura. Se você chegou até aqui, leia o resto. Pode ser ilustrativo, juro que não dói, para pensarmos melhor o presente e o futuro de Pindorama ). Então vamos lá: pessoas de mais idade, como eu, viveram os tais anos de chumbo e a   suposta “saudade”, que sinto desse período, se refere apenas a clareza de posicionamentos (sim, sei que isto não existe mais) onde era possível identificar os “bons e os maus” facilmente, bem ao gosto dos brasileiros, que adoram uma dicotomia clauberiana, de Deus e o Diabo peleando eternamente na Terra do Sol. O sujeito estava do lado da ditadura? Pessoa má. Do lado contrário? Boa pessoa. Ou vice-versa, dependendo do lado do observador, é claro. Tudo resolvido da maneira mais simples e direta, sem sutilezas, sem muito – ou melhor, bem pouco – pensar. A ditadura foi p

BOAS-VINDAS AO “ALIANÇA PELO BRASIL, 38” –

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Logo do partido feito com cartuchos de balas Acho ótimo a chegada do partido da família Bolsonaro, mesmo que ainda em processo de criação. Os brasileiros precisam se despir dos estereótipos de povo cordial, multirracial, musical, sem preconceitos e outras baboseiras. A chegada de um partido de ultradireita, ou coisa que o valha, é bem-vinda. Traz a luz do Sol ideias e personagens que durante muitos anos a sociedade brasileira fez de conta que não existiam ou, pelo menos, coisas de uma minoria insignificante. Logo após o período da ditadura militar, passou a ser vergonhoso se considerar de direita, de extrema direita nem pensar. Bonito mesmo era ser de esquerda, preocupado com o social, ou, pelo menos, de centro esquerda. Ser apenas do centro já era uma espécie de flerte com a direita. E assim fomos nós, até recentemente, felizes e fagueiros acreditando em nossas próprias mentiras. Os nossos direitistas eram, no máximo, figuras folclóricas, no estilo Enéas, ou chegados a uma

O IGNORANTE CONVENCIDO

Esclareça-se logo que não estou me refiro a ninguém especificamente, ainda que vontade tenha, acima e abaixo, à esquerda e à direita. Trata-se da conclusão de um estudo, o Dunning-Kruger effect , de dois professores da Universidade Cornell, dos EUA, onde demonstram que indivíduos com pouco, ou nenhum, conhecimento sobre determinado assunto, acreditam saber bem mais sobre ele, que quaisquer outros mais preparados. O interessante do estudo de David Dunning e Justin Kruger, publicado há 20 anos no Journal of Personality and Social Psychology , é que a partir do momento em que esse indivíduo vai adquirindo mais informações sobre o assunto, suas convicções diminuem. Elas só voltam a aumentar, na medida em que ele se converte num expert no assunto. O mais surpreendente, no entanto,   é a conclusão do estudo: mesmo quando a pessoa está totalmente preparada e instruída sobre determinado assunto, ela jamais atinge o nível de certeza que tinha, quando o seu nível de conhecimento era mínimo
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E O LADO OBSCURO DO VALE DO SILÍCIO? Após cinco anos, a série Silicon Valley, da HBO, ajusta-se aos “novos tempos” e mostra agora o lado obscuro do Vale do Silício. Os antigos heróis digitais, que só pretendiam “melhorar o mundo”, agora aparecem sendo forçados a depor no Congresso por influenciarem eleições, desacreditarem a verdade, monopolizarem o comércio mundial, semearem o genocídio e até mesmo serem cúmplices do nazismo. Exageros à parte, o que o nobre leitor pensa sobre as redes sociais e demais “inventos” do Vale do Silício? Exagero ou a série estaria realmente captando uma tendência sombria da indústria? Uma sociedade cada vez mais dominada pela tecnologia, hipnotizada pelos seus smartphones, estaria cada vez mais a mercê dessas corporações? Convém pensar. Farhad Manjoo , do The New York Times , em artigo sobre a série ressalta o que ela chama de grandes questões que a Silicon Valley traz nessa sua nova fase: pode o bem coexistir com a cobiça? É possível agir

TEMPOS MODERNOS: WHATSAPP PROVOCA REBELIÃO NO LÍBANO.

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O mundo pega fogo e os motivos, aparentemente muitos, no fundo, no fundo, são os mesmos. Um quarto da população (cerca de 4 milhões de habitantes) saiu às ruas do Líbano por conta, aparentemente, da imposição de novos impostos sobre o uso do WhatsApp, mas a raiz do problema está, como no resto do mundo, na avidez com que as elites políticas tomam tudo para si, deixando o resto para o resto da sociedade. O Líbano e governado por uma elite perversa, formada por membros de famílias influentes, que dividem o poder de acordo com a força de cada um deles. No balaio de gatos, cristãos de variadas seitas, muçulmanos sunitas e drusos. E é claro que sobretaxar o WhatsApp foi apenas a ponta do iceberg, onde estavam aparentemente escondidas toneladas de insatisfações.   A questão do WhatsApp, como costuma acontecer funcionou como gatilho. No caso do Líbano, como termina acontecendo em outras paragens, um fator novo chamou a atenção: o cansaço da população xiita com o Hezbollah e a A

O QUE O CHILE PODE NOS ENSINAR HOJE

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A pergunta que não pode calar Não apenas o Chile, mas também outros países da América Latina, como o Equador, com manifestações violentas, eleições à esquerda na Argentina, agitações políticas no Paraguai e no Peru e o descontentamento com o resultado das últimas eleições na Bolívia, tudo isso e mais um tanto, como o populismo, emparedado pelo narcotráfico no México. Aparentemente cada uma dessas crises têm características únicas, mas – e aí está o alerta – trata-se de uma região com o pior desempenho mundial em termos de produção econômica, com suas populações   descarregando o ressentimento que sentem, com a desigualdade de renda enraizada e o alto custo de vida. “Nada a ver com esquerda ou direita, como alguns querem fazer crer. Trata-se da constatação de que não há muito para distribuir, não há muito com o que se trabalhar. A América Latina não está crescendo”, como deixou bem claro Shannon K. O’Neill, pesquisador sênior de estudos latino-americanos no Council on Foreign

SERIAM OS GRUPOS DE RENOVAÇÃO POLÍTICA INIMIGOS DOS PARTIDOS?

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Mais de 1,4 mil pessoas nos cursos Criados recentemente, grupos como o RenovaBR, Agora!, Acredito, Livres, MBL e Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), entre outros, sob a justificativa da urgência de renovar a política brasileira, ganharam rapidamente uma influência no Congresso, elegendo uma quantidade significativa de deputados federais e senadores, sem contar com os estaduais e alguns governadores e começaram a incomodar os partidos tradicionais, basicamente os conhecidos como Centrão, alguns deles, inclusive, articulando medidas destinadas a limitar as suas ações e principalmente cortar as suas fontes de recursos. A ascensão desses grupos aconteceu aproveitando-se do desgaste da classe política e das siglas partidárias, que agora reagem planejando aprovar uma lei que limite as doações, que já proporcionaram a essas agremiações um orçamento superior ao de partidos tradicionais, combatendo ainda a infidelidade partidária. Tábata Amaral, rebelde. Felip

GOVERNADOR DE MINAS QUER O NOVO ALINHADO A BOLSONARO

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Amoêdo: críticas ao Governo Federal Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o governador mineiro, além de destoar do presidente do seu partido, João Amoêdo, ao defender o governo Bolsonaro, ainda classificou o Novo como um partido de direita. Único governador da sigla, Romeu Zema afirma que “nós somos um partido de direita, liberal” e considera o presidente como “um patriota, que gosta do Brasil e está fazendo o possível para que o País melhore”. O presidente do Novo não parece concordar com o governador. João Amoêdo já fez críticas ao governo federal, afirmando que Bolsonaro está “decrescente” e rejeitou o rótulo de “direita” para o partido Novo. A vida do governador mineiro não tem sido fácil e enfrenta dificuldades em constituir uma maioria na Assembleia Legislativa, necessária para aprovar uma das suas promessas de campanha, as privatizações, que considera vitais para colocar em ordem as finanças do Estado. Até o momento conta com apenas 21 dos 77 deputados est

OS ATAQUES DA DESINFORMAÇÃO AVANÇAM. E SEM NENHUM FREIO.

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Boatos e mentiras não são coisas novas na sociedade. Mas os tempos modernos trouxeram novidades a esses ataques, tanto na proporção como na velocidade com que são disseminados, graças as redes sociais, os aplicativos de mensagens e a capacidade de compartilhamento instantâneo. Mais baratas e acessíveis são capazes de disseminar informações falsas, utilizando vídeos, áudios e imagens, de forma extremamente convincentes.  Ninguém, a rigor, está a salvo da manipulação da sua imagem via Inteligência Artificial. E essa disseminação não está apenas na conta de indivíduos ou grupos. Os governos também utilizam esta arma, para semear mentiras e desautorizar informações e notícias que não lhes são convenientes. Obama, uma das vítimas das deepfakes. Recentemente as deepfakes fizeram sua estreia agregando mais um fator de preocupação com a fakes news . Utilizando inteligência artificial (IA) para criar vídeos, imagens e áudios, elas são extremante perig

A VELHA POLÍTICA CADUCOU E A NOVA AINDA NÃO NASCEU

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A “velha política” aqui é aquela que criou asas com o primeiro governo civil, após o golpe, os bons e velhos tempos do MDB, que na esteira da luta contra a ditadura, foi dominante na política brasileira, ainda que um saco de gatos, durante um bom tempo. Na sequência outro partido inflado, desta vez pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso, durante os seus dois mandatos, e em seguida o PT, via Lula e Dilma, as duas organizações em litígio por décadas e se revezando aqui e acolá, em várias eleições. Noves fora detalhes, o método de governança foi comum aos dois, os chamados “governos de coalizão”, ou pelo – menos charmoso – “toma lá, dá cá”.   Com exceção de um breve período, sob a regência de Fernando Collor, que elegeu-se pelo nanico PRN, falecido precocemente após o impeachment do seu criador, os três grandes partidos reinarem sozinhos até a última eleição, quando surge a prometida “nova política”, via Jair Bolsonaro e o seu PSL. Derrotados fragorosamente nas urnas, e

STF volta a julgar a prisão em segunda instância

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O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a julgar nesta semana se é constitucional a prisão após condenação em segunda instância judicial. Além de todas as consequências, no âmbito da Justiça, são inúmeras – e não menos importantes – as relacionadas com a política. Todos nós sabemos que o sistema brasileiro privilegia as pessoas ou instituições com recursos, que podem adiar indefinidamente o resultado dos processos a que eventualmente estejam envolvidos. Cadeia rápida no Brasil só mesmo para os pobres. Politicamente, no entanto, outras questões estão em jogo, como a permanência na prisão do ex-presidente Lula, o destino das operações da Lava Jato e o futuro político do atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. O julgamento acontece num momento em que parte dos ministros do STF fala, sem parar, em colocar freio à operação e criticam fortemente os métodos de investigação praticados pela força-tarefa de Curitiba. A ela já se une também, manifestações do novo procurador-geral da

HUCK PRESIDENTE: DESTA VEZ VAI?

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Em declaração dada a revista Marie Claire, a apresentadora Angélica, mulher de Luciano Huck, classificou como uma "espécie de chamado", a possibilidade do seu marido se candidatar à Presidência. É uma coisa tão especial que se ele quisesse se candidatar, eu apoiaria". Políticos ligados ao chamado "centro-democrático" estariam considerando que o último grande obstáculo à candidatura de Luciano Huck teria caído com este aval da sua mulher. Segundo Angélica, "estamos num momento tão louco na política que não quero, jamais, ser egoísta e leviana de impedir algo neste sentido".      A possibilidade de uma candidatura do centro-democrático oxigenaria, sem dúvida, o clima político. E a figura de Luciano Huck cabe perfeitamente no cenário. Muita água ainda rolará debaixo dessa ponte, mas quanto mais alternativas tivermos na disputa melhor. Huck e Bolsonaro: trocando farpas. Caso a candidatura venha a se confirmar, a vida não será fácil para

ELEIÇÕES 2020: UM NOVO EMBATE ENTRE A ESQUERDA E A DIREITA?

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  No próximo ano milhares (milhares mesmo) de candidatos disputarão os cargos de prefeito e vereador Brasil afora. O cenário das últimas eleições se repetirá? Qual a influência que o presidente Bolsonaro e a nova direita terão? Será possível, até lá, apostar no constante e cada vez mais forte tensionamento da sociedade brasileira, divida em torcidas apaixonadas, com o presidente fazendo de conta que tudo vai bem, deixando a caravana da economia passar, num segundo plano, sem tempestades ou alvoroços? Bolsonaro: "bala" para as próximas eleiçoes? Muita gente, de peso na política, acredita que Jair Bolsonaro será eleitoralmente viável em 2022, mesmo que a economia não decole. Bastaria para isso contar com o pequeno fôlego de uma redução no desemprego, que reforçaria a ideia de que o pior já passou e que melhor mesmo é continuar com o atual presidente e o seu “Posto Ypiranga”. A ver, mas enquanto isso, qual a influência que Bolsonaro e seguidores exercerão nessas eleiç