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Mostrando postagens de abril, 2019

É POSSÍVEL GOVERNAR VIA REDES SOCIAIS?

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Sim e não. Depende muito do conceito de “governar”. A primeira lembrança será provavelmente a de Donald Trump, que muita gente acha, precipitadamente, que governa via redes sociais. E seguem muitos outros exemplos, a gosto. O presidente americano usa as redes para fazer política, manter ativos os seus eleitores e pressionar os demais poderes. Para governar de verdade precisa no entanto, (ainda) da concordância e da anuência das demais esferas de poder – os contrapesos – que garantem a existência da democracia. Por enquanto é o que permitem as redes, noves fora os ditadores de plantão, que podem usá-las apenas para “informar” o que estão fazendo e os seus planos futuros. Ainda assim precisam “formalizar” de alguma forma, dependendo do grau de poder que exercem, os seus decretos e ordens. Isso não significa, no entanto, que as redes não possam ser usadas para uma espécie de governança informal, muito poderosa, como instrumento de pressão social, onde o governante imponha suas i

A IDEOLOGIA VAI INFLUENCIAR AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2020?

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Até recentemente questões ideológicas não costumavam ter um peso significativo nas eleições municipais. Mas, se levarmos em conta o que aconteceu no último pleito para a presidência, é possível que prefeitos e vereadores tenham que enfrentar questões ideológicas e o radicalismo político, que está tomando conta da sociedade brasileira. Desafio: restabelecer o diálogo Pesquisa recente do Instituto Ipsos apontou que o cidadão comum está fechado em seus nichos de opiniões ideológicas. Cerca de 32% dos brasileiros afirmam que não vale a pena sequer conversar com pessoas que têm visão diferente da sua, um índice que está acima do observado em nada menos que 27 países. Estamos atrás apenas da Índia e da África do Sul. Na prática, o nível de intolerância nas discussões políticas, afeta as mais diversas relações pessoais, familiares, profissionais e interações nas redes sociais. O fato mais preocupante, e que certamente influenciará votos nas próximas

O RADICALISMO ESTÁ À SOLTA E O FUTURO É PREOCUPANTE

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  Não apenas nos relacionamentos pessoais, onde o radicalismo político supera a média mundial, com 44% dos brasileiros acreditando que o país está mais perigoso do que há 20 anos, por conta das diferenças políticas, mas também por causa das mais variadas instituições com atitudes, ações e pensamentos radicais, que não admitem diálogo, não consideram o contraditório e impõem à força os seus ideários. No livro Como as Democracias Morrem , Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, chamam a atenção para o fato de que a implantação de   regimes autoritários passam, na maioria das vezes, pelos caminhos da legalidade, com o uso da legislação vigente, para justificar atos arbitrários e antidemocráticos. São caminhos trilhados tanto pelas pessoas, nos seus atos e ações particulares ou em grupos, como pelos dirigentes nas mais diversas instituições públicas. Neste sentido as últimas ações da Suprema Corte são exemplares e ilustrativas. Tomando por base o Regimento Interno, o Supremo sai

O GOVERNO ESTÁ PERDENDO A BATALHA DA PREVIDÊNCIA?

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Poucos apoios declarados Muita oposição Neste exato momento a resposta seria sim. A principal bandeira do governo, neste momento, a “Nova Previdência” não chega a quem mais interessa: a população. Ninguém do andar de baixo sabe a rigor o que está sendo proposto e no Congresso o governo não conseguiu até agora reunir uma base de sustentação satisfatória. É bem verdade que alguma coisa está mudando, pelo menos na relação com o Congresso, mas o governo, que foi eleito jactando-se de que não faria a “velha política”, da troca de apoios por cargos, de alguma forma vai ter que jogar a toalha e atender aos reclames do legislativo. Congressistas, dando demonstração de força. Boa parte dos congressistas não admite a possibilidade de apoiar ao governo sem a contrapartida da nomear seus indicados para cargos na administração federal. E isso já ficou muito claro, seja nas últimas votações de projetos do interesse do governo, seja no “corpo mole”, na últi

VALE "RESSUCITAR" 64?

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A quem interessa de fato "rememorar" o “golpe”, “revolução” ou “movimento”, como queiram, de 64? Ora, direis, mas é uma questão ideológica do atual governo. Sim, é. Mas vale a pena? Essa é a pergunta. Se tirarmos os núcleos mais duros do grupo governista e deixarmos de fora, também, o pessoal mais engajado do outro lado, para a grande maioria do população esse assunto interessa?  Se tudo estiver correndo muito bem na área econômica, com muita comida na mesa e um dinheirinho extra para gastar é mais fácil convencer a população dos projetos mais ideológicos, relacionados com a moral e os costumes, por exemplo. Até mesmo, quem sabe, conseguir aplausos para fatos históricos controversos lá do passado.   Acontece que, com poucos meses no poder, o governo, ainda que tenha planos e projetos sociais e econômicos, nenhum deles está em vigor, com exceção de algumas medidas como as intervenções nos aeroportos, ferrovias e cortes no funcionalismo públicos, por exemplo, que passam d