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Mostrando postagens de 2018

ESCOLA SEM PARTIDO E OUTRAS BOBAGENS

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Tem professor que faz proselitismo nas salas de aula? Claro que tem. E é mais frequente nas escolas particulares que nas públicas. Mais preocupante que a ideologização de alunos nas escolas públicas é o fato de que a maioria não consegue interpretar textos simples (entender é a palavra certa) e muito menos fazer operações da básicas de matemática. Escola sem ideias e sem divergência é escola burra O que interessa na verdade é que nessa discussão besta vamos deixando de lado o que interessa: salário, boa formação (que não existe) e infraestrutura de qualidade. Principalmente a boa formação profissional continuada, que faz a diferença nos países com as notas mais altas no Pisa – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, que examina alunos de 15 anos em mais de 70 países. Sabe como funciona a coisa nesses países? Por exemplo: Na Alemanha, os cursos de Pedagogia duram sete anos, com um exame prático exigente ao final do curso. Na Finlândia, Eslovênia e Suíça a car

AS BRAVATAS SOBRE A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE MINISTÉRIOS E FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

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Uma das bravatas mais caras aos candidatos a presidente, e até de governantes, é a questão do número de ministérios brasileiros e do “excessivo” contingente de funcionários públicos. Todos, ou quase todos, sempre falam em redução, mas o bendito número nunca diminui, muitas vezes, ao contrário, aumenta.  Em 2014 eram 39, hoje são 29 pastas ministeriais e 23 ministérios. Bolsonaro, em mais um dos seus arroubos de campanha, disse que a redução seria drástica, mas vai ficar, na melhor das hipóteses, em 17 e já tem auxiliares do futuro governo falando na criação de um ou mais ministérios. Ou seja a redução, se houver, afora as mudanças cosméticas, será mínima. 17 ministérios é um número razoável, mais do que isso é só cabide de emprego. Os Estados Unidos, pro exemplo, a primeira, ou segunda, como queiram, economia do planeta, tem 15 ministérios (ou departamentos, na terminologia do governo americano). A Alemanha, maior economia da Europa, tem um gabinete de

A irresistível atração das autoridades pelos “arroubos de retórica ”

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O novo presidente é um mestre nos “arroubos”. Isso pode até ter ser útil e interessante em campanha, mas é um péssimo hábito para governantes. A bem da verdade não é uma exclusividade do Bolsonaro, mas agora o homem é o presidente.   Neste momento, Bolsonaro é vítima de mais um dos seus arroubos: as críticas ao programa Mais Médicos e os cubanos, nada menos que 8.500 profissionais, um pouco mais da metade dos participantes do programa. Cuba vai levá-los de volta Por conta dos “arroubos” do presidente eleito, durante a campanha, o governo cubano decidiu retirar os profissionais do país, citando as “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” que teriam sido proferidas por Bolsonaro.   O resultado é que muitos municípios e estados ficarão enormemente prejudicados com a saída dos cubanos e não será fácil, nem rápido, substitui-los. Não é a toa que já começaram as reações contrárias a saída dos cubanos. Prefeitos contra a saída O fim da parceria com Cuba n

COMO O WHATSAPP INFLUENCIA ELEIÇÕES

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Vivemos os tempos das redes sociais. Usamos os seus aplicativos para praticamente tudo.  E, hoje, principalmente, para fazer política. Militantes, candidatos, governantes, estão todos presentes na rede. Para o bem e para o mal. E é por isso que precisamos, mais que nunca ficar atentos. Muito atentos.   Nas últimas eleições as chamadas “fake news” fizeram a festa, principalmente no WhatsApp. A popularidade desse aplicativo é enorme no Brasil, só perdemos, talvez, para a Índia, com penetração nos mais variados grupos demográficos e perfis políticos. Na verdade, a proliferação de notícias falsas não é novidade no Brasil, incluindo aí na política. Em 2014 já era possível detectar o “fenômeno”, mas as campanhas eleitorais ainda estavam muito baseadas nos meios tradicionais, principalmente na força da TV, onde o tempo dos programas eleitorais fazia a diferença. Mas a situação mudou nessas últimas eleições e não foi por falta de aviso. Dos Estados Unidos o recado foi claro: a b

BOLSONARO VAI USAR AS REDES SOCIAIS COMO UM INSTRUMENTO DE GOVERNO?

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Escrevi, recentemente, aqui no Blog , um post a este respeito. Acredito que sim e em um post de hoje, pelo Twitter, Bolsonaro praticamente confirma que usará as redes para assuntos de Estado. O presidente eleito, que passou todo o período de campanha, utilizando quase que exclusivamente as redes sociais, praticamente ignorando os outros meios de comunicação, deve mesmo usá-las exaustivamente na Presidência, desta vez como um instrumento de governança. ↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣ Jair M. Bolsonaro ✔ @jairbolsonaro Nossos ministérios não serão compostos por condenados por corrupção, como foram nos últimos governos. Anunciarei os nomes oficialmente em minhas redes. Qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade. ↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣↣ Essa será a melhor ferramenta que terá para pressionar os demais poderes, a exemplo do que faz Donald Trump, dirigindo-se diretamen

MINHA TIA NÃO É FASCISTA MEU SOBRINHO NÃO É COMUNISTA

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Lá na casa dos parentes o pessoal está dividido. Tem o pessoal de Bolsonaro e a turma do Haddad. A minha tia vai votar no Bolsonaro. Trata-se de uma senhora conservadora, ciosa dos valores que acredita cristãos, amante da lei e da ordem. O meu sobrinho vai de Haddad. Quer menos desigualdades sociais, respeito as minorias e é preocupado com o meio ambiente e em particular com o desmatamento da Amazônia. Vegetariano, não vê com bons olhos a pecuária. Minha tia não quer perseguir os gays, ainda que ache esse pessoal esquisito. Professora aposentada, sempre trabalhou e detesta qualquer discriminação contra as mulheres e se orgulha do seu trabalho doméstico, do cuidado com a casa e a criação dos filhos, tarefa que atribui ao gênero feminino. Acha que essa coisa de gênero é contra as leis de Deus, mas que cada sua sabe de sua vida. Meu sobrinho não quer nada com o comunismo. Na verdade nem sabe direito o que é isso, ainda que seja aluno aplicado do curso de Direito da São Francisco

O JEITO TRUMP DE GOVERNAR SERVE PRA BOLSONARO?

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    Donald Trump governa, digamos assim, via Twitter. Dispara suas mensagens diariamente “falando” sobre tudo, inclusive sobre as diretrizes da sua administração. Bolsonaro passou – continua passando – todo o período eleitoral postando nas redes sociais, praticamente ignorando os outros meios de comunicação. Será assim no seu – provável – governo? Essa seria uma boa alternativa de pressionar os outros poderes, como faz Donald Trump, dirigindo-se diretamente aos seus seguidores e à população em geral. É uma forma de promover plebiscitos diários sobre opiniões e atos, testar ideias e fatos e deixar a “oposição”, seja ela qual for, na incômoda posição de confronto. A fórmula vem dando certo com Trump. Neste momento, por exemplo os democratas muito pressionados por conta da “marcha dos refugiados”. Os twitters de Trump ( e seus comícios – quem disse que comício saiu de moda? – mudou apenas de formato)   colocam a “ameaça” no colo dos seus opositores e as pesquisas j

ESTAS ELEIÇÕES SÃO DIFERENTES DAS DEMAIS. TODOS CONCORDAM. MAS O QUE ISTO QUER DIZER, DE VERDADE?

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Muito mais que o blá-blá-blá das redes sociais Quer dizer muita coisa, que vai além do blá-blá-blá nas redes sociais, nos posts emocionais de um lado e de outro. Temos, para começo de conversa, uma sinalização clara: estamos diante de algo novo: tem outra gente na liderança da direita brasileira e o que se convencionou chamar de “centro-direita” esfacelou-se e vai ter que repensar o seu papel na política nacional.  Por outro lado, a esquerda, ainda presente neste segundo turno, enfrenta também um desafio recente: pela primeira vez vai enfrentar um campo completamente hostil aos seus ideários, apoiado por uma enorme parcela da população, e vai ter que decidir se continua apenas oferecendo mais do mesmo – vai se repensar – diante dessa nova realidade ou – no mínimo – fazer uma autocrítica dos erros cometidos no passado recente. Temos ainda – e principalmente - o eleitorado, cujas manifestações, tendências e opções sinalizam coisas importantes para quem deseja conquistá-lo ou p

AS INTERVENÇÕES DO TRUMP E DO MORO NESSAS ELEIÇÕES

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O juiz estrela da Lava Jato, Sérgio Moro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump resolveram, cada um no seu pedaço, interferir nas eleições brasileiras. Exagero? Com toda certeza não! Trump decidiu criticar as relações comerciais entre os EUA e o Brasil, justo num momento em que existem dois candidatos à Presidência com posições bastante diversas sobre como o país deve se comportar com os seus eventuais parceiros comerciais. De um lado o Bolsonaro, mais inclinado a fortalecer os laços com os Estados Unidos. Do outro o candidato do PT, que vê com muitos bons olhos o relacionamento com a China e a Rússia, os dois países em vivem, atualmente, em acirradas disputas comerciais e política com os americanos. A fala de Trump contém, como é do seu estilo, uma ameaça velada ( ver íntegra abaixo ). Para o público em geral pode passar batida, não diz coisa nenhuma, mas para os setores financeiros e industriais, ela tem sentido e pode influenciar no apoi

ELEIÇÕES: RESULTADOS SOMBRIOS E O FIM DA HEGEMONIA DO CENTRO.

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A "vontade política" x o "murro na mesa" A liderança de Jair Bolsonaro e a ascensão de Haddad mostram que o eleitorado vai (praticamente certo) decidir na base do contra “tudo isso que esta aí” e não a favor de alguma coisa. Assim encerra-se, pelo menos por enquanto, a hegemonia do que se convencionou chamar de centro. Segundo as pesquisas, a preferência do eleitorado está se inclinando, de um lado pelo autoritarismo puro e simples, cuja proposta mestra é resolver tudo usando a autoridade, seja lá de onde ela vier e, por outro lado, pelo grupo representado pelo PT, que defende a ideia de que basta “vontade política” para que todos os nossos problemas sejam rapidamente resolvidos e tudo volte ao mundo cor-de-rosa da Lulândia. Os eleitores, cansados, querem soluções rápidas (e simples) para todos os problemas: segurança, educação, saúde e emprego, entre outros. E pouco se importam com as advertências racionais de que nenhum deles será resolvido rapidamente

Os atentados políticos que abalaram a nossa história

Não somos como os Estados Unidos, que desde o começo da sua história, convive com os mais variados atentados políticos. No Brasil independente foram apenas oito. E começaram com o assassinato de Líbero Badaró em 1830. ( os dados foram extraídos de pesquisa publicada pelo jornal Gazeta do Povo - ver link no final do texto ).   Giovanni Battista Líbero Badaró, jornalista, político e médico italiano radicado no Brasil, foi o fundador do jornal  O Observador Constitucional , que não era bem visto pelos absolutistas. Historiadores dizem que a ordem para matar Badaró pode ter partido de Dom Pedro I. O fato complicou a situação política do imperador, que abdicou do trono e mudou-se para Portugal no ano seguinte. Em 1889 a vítima seguinte foi o seu filho e sucessor D. Pedro II. Ao sair de um teatro, no Rio de Janeiro, e entrar em sua carruagem, em meio a um tumulto, em que algumas pessoas gritavam “Viva o Partido Republicano”, o imperador foi alvo de três tiros de revólver, que atingi

O VOTO DO MEDO PODE LEVAR AO VOTO ÚTIL JÁ NO 1o. TURNO?

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O momento do ataque Antes do ataque ao Jair Bolsonaro era sobre isso que pretendia escrever. Mas agora o panorama muda, completamente. O quanto, ainda não sabemos. O que tentava analisar antes eram os dois medos, que talvez viessem a preponderar e influenciar o resultado das eleições já no primeiro turno. O medo de Jair Bolsonaro e tudo o que ele representa e o medo do retorno do PT ao poder, que poderia resultar em um voto útil, concentrado em um determinado candidato, que pudesse evitar uma dessas alternativas. Os mais prováveis beneficiados seriam, em minha opinião, o Geraldo Alckmin e/ou a Marina Silva. É possível que algo assim ainda aconteça, mas o ataque ao Bolsonaro pode mudar tudo. Não temos precedentes recentes no Brasil, para fazermos comparações, que nos deem alguma pista sobre o que poderá acontecer.   O atentado político mais próximo aconteceu 1988, contra o então presidente, José Sarney. Mal sucedido, ainda assim integra uma lista de não mais que que oito, send