SIM, PODEMOS CHEGAR A 115 PARTIDOS. É MOLE OU QUER MAIS?


Nada menos que 115 legendas, prontas para disputar as eleições. Do outro lado do mundo? Nada disso aqui mesmo. Nós já temos 39 partidos registrados e, acredite, 76 em processo de fundação.  Sim, e o que defendem ou como se definem essas organizações? Dificílimo saber, noves fora o desejo de usufruírem das benesses do poder.

foto notícias.uol.com.br

Já vivemos tempos mais fáceis de saber quem era o que. No império apenas dois: o Liberal e o Conservador. Mais ou menos a mesma coisa durante a Primeira, Segunda e Terceira Repúblicas. Mais recentemente, durante o regime militar, também dois. A Arena (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Fácil de saber o caso, na época, de cada um.

Mas, se o caríssimo leitor quiser saber sobre os atuais 39, na verdade parte deles, pode consultar a Wikipédia. Vai encontrar lá, sabe-se lá através de quais critérios os “espectros políticos” da malta. De centro: PMDB, PV, PTB e Avante. De centro-esquerda e mais um pouquinho à esquerda: PSD, PDT, PT e PSB. Indo para a extrema esquerda: PSOL e PCdoB. No centro-direita: PR, PHS, PRP, Pros e DEM. De centro-esquerda: PMB. PMN, PPS, SD e Rede. De extrema esquerda: PCO, PSTU e PCB. De direita: PRTB, PP e Novo. De direita para extrema direita: PEN. Mais ou menos por aí, sujeito a interpretações variadas à gosto. Mas o divertido mesmo é ver como o PSDB é classificado (sentiram falta dele?). Versátil é classificado como de centro, de centro-esquerda e de centro-direita. Faz sentido.

fotos www2.planalto.gov.br
Na verdade, por conta dessas classificações, ninguém é eleito. Por baixo, ou por cima, como queiram, o que existe mesmo são bancadas que se aglutinam com base em outros critério: evangélicos, sindicalistas, ruralistas... e – uma turma que não se enquadra em lugar nenhum – cujo objetivo mesmo é a busca pelo poder e suas benesses. Ah, tem gente direita nessa turma? Claro que tem, mas correm o risco permanente de não serem vistos neste cipoal.

Na verdade já estaríamos muito bem servidos com dois partidos, mas vá lá: quatro. A bem da verdade, no universo político brasileiro, não passa de meia dúzia os que têm alguma presença política.

Isso vai ficar, ou já está, muito claro, quando se conhece os pré-candidatos à presidência da República. O vazio ideológico é a tônica geral. No máximo dá para saber as inclinações pessoais dos tais representes da meia dúzia com alguma relevância. É o que temos no cardápio, onde o prato de resistência é o PMDB, perdão, o novamente MDB, com sua insuperável capilaridade. Sem ele ninguém vence ou governa. Com ele não será fácil governar, já que abriga uma gigantesca quantidade de correntes e interesses, algumas – inclusive – irreconciliáveis. Ao distinto público, nobres e valentes eleitores, resta a opção de tentar separar uns de outros e alimentar a esperança de que alguma coisa possa mudar. No mínimo que passemos a apenas dois dígitos de partidos para escolhermos.

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