O POVO. CADÊ O POVO NA SAIDA DE DILMA E NA ENTRADA DE TEMER?


Apoio institucional, mas precisa conquistar confiança do povo
Temer começou o seu governo e o povo não está lá. Dilma encerrou o seu governo e o povo também não estava lá.

Apoio da militância, perdeu a confiança da população
A pergunta do título e as duas frases que se seguem são meramente metafóricas. O "povo" estava lá, sem estar, fisicamente. Não foram poucas as pressões populares pela saída e pela permanência da presidente. Ontem, no entanto, o povo estava onde precisa estar: trabalhando ou procurando trabalho, sem entusiasmo para chorar ou saudar a que sai ou o quem entra. Queira Deus, que além disso, esteja consciente de que não precisa, nem quer,  “homenagear” quem entra ou quem sai. Esteja consciente de que precisa “apenas” fiscalizar.

Mas não deixa de ser interessante notar que, depois das grandes manifestações contra a favor da saída de Dilma, pouca gente tenha se dado ao trabalho de dar pelo menos uma olhadinha na despedida da presidente e na posse, atípica é verdade, do novo mandatário.

Ora, direis, mas tinha um bocado de gente se despedindo da presidente. Tudo bem, mas eram sobretudo militantes. Algumas centenas de militantes, mas muito longe da quantidade de pessoas que estiveram manifestando a sua desaprovação ao impeachment.

Teria o povo desistido de ser protagonista dos últimos acontecimentos? Provavelmente não. Os apoiadores da Dilma ainda possuem muita influencia para arrebanhar “o povo” para protestar contra o novo governo. MST, CUT, UNE, MTST, entre outros estarão a postos para fazer bastante barulho contra o governo Temer.

O novo presidente, por outro lado, não pode se enganar achando que as multidões que saíram às ruas para pedir a saída da Dilma estariam dispostas a lhe passar um cheque em branco, lhe dar um apoio integral e compreensivo. Sintomático foi constatar que apenas um, um único cidadão se dispôs a “prestigiar” a posse do novo presidente, do lado de fora do palácio.

Dilma sai do governo, mas nos braços e no amparo dos seus apoiadores e de uma boa parcela, ainda que ausente, da população, que recebeu benefícios do seu governo. Temer entra, com apoio da classe política e do mercado, mas está muito longe de ter o básico para uma boa governança e para as reformas que vai precisar fazer, que é o apoio popular, a confiança do povo.

O quanto poderá conquistar e o quanto de oposição poderá aguentar só mesmo o tempo dirá. Resta saber o quanto de paciência o povo, aquele fora das manobras das militâncias, que tem muita pressa na solução dos seus problemas, terá com o governo Temer, esse presidente desconhecido pela maioria absoluta da população.

Temer não terá muito tempo. Chegou ao poder sem voto. Precisa conquistar legitimidade, precisa apresentar resultados imediatos para conquistar o tal de povo, que não o colocou lá, está descrente dos políticos em geral e quer soluções imediatas para seus problemas.

Conseguirá? A ver.



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