REFORMA POLÍTICA NÃO É REFORMA FINANCEIRA
O Congresso volta a discutir a tal reforma política. Com umas mudanças
aqui outras acolá, nada de muito importante ou substancial, o que domina mesmo
as discussões é o tal de financiamento das campanhas.
Sobre o modelo, o formato das campanhas, por enquanto poucas ideias.
Parece que ninguém se toca sobre a importância do formato na composição dos
custos. Para os incautos, de sempre, que exaltaram o fim das contribuições
empresariais como um freio a corrupção e a abertura de oportunidades para os
menos afortunados fica a lição dessa última eleição: candidatos milionários se
autofinanciaram e/ou doaram para seus aliados, criando uma rede de dependência
semelhante com as bancadas ainda identificadas pelo financiamento empresarial
no Congresso.
A simples e boa consulta ao eleitorado e umas rápidas conversas com
profissionais de comunicação e cientistas políticos poderiam orientar os
ilustres parlamentares sobre o que desejam os eleitores como fonte de
informação para decidirem os seus votos. Uma boa dose de transparência também
seria muito bem vinda.
É preciso sair desse esquema de cada eleição uma nova legislação, um
novo modelo, uns mais radicais, outros menos, mas tem sempre alguma
inovação/invenção, cujos tiros disparados normalmente saem pela culatra.
É preciso que questões para melhorar a representação, como o debate do
sistema eleitoral sejam abordadas e discutidas com a sociedade, assim como tudo
que está relacionado com a quantidade absurda de partidos, incluindo-se a tal
cláusula de barreira e a proibição das coligações, pelo menos nas eleições proporcionais.
O Congresso não pode ficar restrito apenas as medidas que facilitem a permanência
das mesmas figuras no sistema político, muito pelo contrário, precisa de uma
vez por todas trabalhar no interesse da democracia, o que significa trabalhar
no interesse dos eleitores. E a população aprender, rapidamente, a se fazer
ouvir, a defender os seus interesses.
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