Um estudo recente do Ibope concluiu que foram basicamente três, os grupos que compuseram o eleitorado nas campanhas para prefeito deste ano, com comportamento e ideias bem diferentes
entre si.
O estudo, cuja síntese foi publicada por José Roberto Toledo, em sua
coluna no Estadão, agrupa indivíduos com opiniões similares e depois separa
esses grupos segundo divergências. É a tal análise cluster.
Mas vamos aos tipos:
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o primeiro grupo (36% do eleitorado que foi votar) é composto por indivíduos que afirmam decidir o voto para prefeito mais cedo, assim passam a conhecer os nomes dos
candidatos. Essa turma não anula e não vota em branco. E dois em cada três tem
preferência por algum partido. E não se limitam a escolha dos seus candidatos, são ativos durante o período das campanhas, postando e compartilhando conteúdos, contra e a favor, nas redes
sociais. Muitos participam pessoalmente da campanha do
candidato que escolheram. Ativos no WhatsApp, costumam ler blogs. São mais frequentes no interior e nas cidades
menores. O ibope constatou também que
esse grupo raramente muda de opinião, no decorrer das campanhas. Compõem um eleitorado
fiel, que funciona muito bem na decolagem das candidaturas.
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o segundo grupo é mais maleável, ainda que tenha, praticamente, o mesmo interesse do
primeiro por política. A diferença começa com o “time” para a decisão do voto,
que é feita mais em cima da hora da eleição. Esse é um grupo que usa vários
meios para se informar: TV (telejornais), sites de veículos, discussão com
familiares e amigos, horário gratuito, debates... todos entram na ordem do dia
como elementos para a tomada final de decisão. E estão sem abertos a
possibilidade de mudar de ideia, sendo muito sensível a mensagem negativas,
sobre o candidato preferido, oriundas das mídias sociais e/ou, mais uma vez,
WhatsApp. Por se decidir apenas na undécima hora pode definir uma eleição,
provocando as tais mudanças repentinas na intenção de voto. Juntos representam, em média,
um quarto do eleitorado.
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o terceiro e maior dos grupos é – digamos assim – avesso a política. São eleitores que não veem
propaganda eleitoral, não assistem a debates, não possuem identificação com
partidos políticos, e é grande a chance de votarem em branco ou nulo. Se não
fosse obrigatório a maioria deste grupo sequer comparecia às zonas eleitorais. É o maior e o mais imprevisível. Seus integrantes podem votar em qualquer um, numa decisão repentina,
baseada em um impulso qualquer, ou – simplesmente – em ninguém.
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há um quarto e um quinto grupo, cujos perfis são difíceis, praticamente impossíveis de serem traçados: são compostos pelo
pessoal que não votou. Em tese, esse quarto grupo comporia 10% do eleitorado,
mas como a tal de abstenção foi bem maior (o dobro praticamente) supõe-se que a
outra metade esteja perdida na burocracia, existindo apenas no sabidamente impreciso cadastro eleitoral, fantasmas
que permanecem cadastrados, mas estão mortos (afinal vc conhece alguém que tenha ido a um
cartório eleitoral, munido das respectivas certidões, informar sobre a morte de
algum eleitor?).
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