AINDA SOBRE WYLLYS E BOLSONARO


Recentemente compartilhei um texto, de Victor Mascarenhas, na Gazeta dos Buzios, via Aninha Franco, sobre a simbiose existente entre os dois parlamentares e de como o bate-boca, e briguinhas de ocasião, da dupla têm alavancado os seus votos. Vale ler, está na minha time line. Mas o comentário aqui é a respeito de como os dois usam, com maestria, as redes sociais e os factoides para se manterem ativos e divulgarem suas “ideias”, de forma bastante diferenciada dos seus colegas parlamentares.

Assim como, quase, todos os demais políticos, Wyllys e Bolsonaro estão presentes nas redes sociais, com sites, Facebook, Twitter, Instagram, YouTube e o que mais estiver disponível. A diferença entre os dois e os demais colegas está na forma como usam, com muito sucesso esses instrumentos, conseguindo, inclusive, ótimos espaços na mídia tradicional.

O fato é que, independentemente de suas respectivas posições, a dupla tem muito a ensinar em termos de comunicação e marketing político. Encontraram um nicho no “mercado”, dedicam-se com afinco aos seus respectivos públicos e conseguem estar sempre em evidência, aproveitando quaisquer evento ou fato que os ponham em destaque, preferencialmente na grande mídia, ou – pelo menos – nas redes sociais.

O acerto dessas “políticas” são testemunhados pelas urnas. Wyllys disputou o seu primeiro mandato em 2010, logo após vencer o BBB. Celebridade de ocasião, obteve um pouco mais de 13 mil votos, sendo eleito graças ao coeficiente eleitoral do seu partido, com os votos de Chico Alencar. Na mesma época Bolsonaro já tinha um melhor desempenho, eleito com cerca de 120 mil votos. Quatro anos depois Jean Wyllys salta dos 13 mil para quase inacreditáveis 144 mil, tornando-se o sétimo mais votado do Rio de Janeiro e Jair Bolsonaro sai dos 120 mil para nada menos de 464 mil votos, ocupando o primeiro lugar.

Factoides fazem parte do repertório dos dois e com muita propriedade. Wyllys conseguiu com um sento-não-sento ao lado do Bolsonaro, em recente viagem Rio/Brasília, estar presente em todas as mídias, além de gerar milhares de posts na redes sociais. Bolsonaro não é tão criativo, mas não perde uma. Recentemente desafiou Jô Soares para um debate e conseguiu bastante espaço, sem falar na sua controvertida frase sobre os pendores físicos da colega Maria do Rosário, outra que não deixa passar uma oportunidade sequer de promover seu desafeto.

A dupla, também, jamais hesita em colocar e defender claramente as suas posições, sem medo de polêmica ou críticas, embora, é óbvio, haja uma diferença abissal entre o que defende Jean Wyllys e Jair Bolsonaro. Mas ninguém pode alegar que desconhece as posições e ideias de cada um deles. Quem vota em qualquer um dos dois sabe muito bem em quem está votando.

Ao contrário da maioria dos parlamentares que usam as redes sociais de forma enfadonha, desfilando sem nenhuma criatividades os seus feitos e andanças, a dupla, ideários à parte, são um ótimo exemplo, para os demais colegas (noves fora a briguinha entre os dois, apesar dos efeitos positivos para a dupla) de como o bom uso das redes sociais e o alinhamento praticamente perfeito com o que pensam os seus respectivos públicos resultam em sucesso garantido nas urnas, fidelizando e ampliando o número de eleitores.

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