DIREITA, ESQUERDA, CENTRO, VOLVER
Estamos vivendo um fim de um ciclo,
representados por 12 anos de um Governo tido como de “esquerda”, seja lá qual
for o resultado do tal ajuste fiscal e das eleições de 2018. O PT, gostem ou
não, jamais será o mesmo. O que, obviamente, não impede o partido de se
reinventar, mas isso é outra história. Com as esquerdas (o PT e seus satélites)
em baixa, ficam duas interrogações: quem representará a “nova” esquerda e quem
vai se apresentar, como alternativa, representando a “direita”, rótulo que
provoca urticárias em todos os partidos e políticos?
Um fato é certo: quanto mais baixo o
apoio ao PT e seus aliados fiéis, mas cresce a busca por um campo oposto. Mas
quem faz esse contraponto? O mais adequado seria o PSDB, certo ou
equivocadamente classificado, ou tratado, como de “direita”, mas que não se
assume como oposição (com projetos claros), oscilando, ora no franco combate,
ora no cantinho, escondido, como se convencionou chamar, em cima do muro.
Os outros podem ser divididos em
grupos: o PT e os satélites, entre eles o mais “brilhante”, o PC do B. Numa
espécie de centro-esquerda, querendo ser independente, mas oscilando de um
lado, pro outro, o PSB. E tem os que
tentaram se firmar como a direita moderna, como o antigo PFL e o seu filhote o
DEM, que não consegue se firmar. Temos ainda o bloco do pessoal que está na
política apenas para levar alguma vantagem, tipo o PP. Ah, direis, mas os
demais o que são? Nanicos, que ainda não se firmaram, nem do lado de cá, nem do
lado de lá, em que pesem suas tendências intrínsecas. Resta ainda, é claro, o
PMDB, mas o PMDB é algo à parte. É, digamos assim, um partido em prontidão.
Pode servir à esquerda, à direita, ao centro, tudo depende da ocasião. Além de
ter uma cor especifica para cada Estado onde atua.
Mas quem afinal será o herdeiro do
novo ciclo que se desenha?
Uma das características desses novos
tempos é a ausência/inexistência de novos líderes. O PT não tem mais nada a
oferecer que não um “volta Lula”, o que talvez não atenda mais o eleitorado,
cada vez mais inclinado à direita. A dita cuja não tem nenhuma liderança a
oferecer. “Caçadores de marajás”, ou coisa equivalente a lá Collor, não cola
mais, a não ser que tenhamos uma reviravolta completamente atípica na economia.
Tipos a lá FHC também não estão disponíveis em nenhum agrupamento.
Apesar de tudo isso e –
principalmente do cansaço da opinião pública – vamos ainda, por um bom tempo e
apesar de mais um ciclo se fechando, ter de aguentar a polarização entre PT e
PSDB. O PT tem que se reinventar, reconquistar as esquerdas e os eleitores que
ganhou em 2012 e perdeu. O PSDB precisa manter os seus eleitores tradicionais e
tentar fisgar os eleitores perdidos pelo PT, acolhendo ainda por cima o eleitor
de direita que só quer ver mesmo o “fora esquerda”.
O que virá? Só mesmo o tempo dirá.
OS CICLOS DA REDEMOCRATIZAÇÃO:
JOSÉ SARNEY:
o homem da Arena, aliado dos militares, alçado à presidência com a morte de
Tancredo, surge como elemento conciliador, negociando a
implantação efetiva do presidencialismo via eleições diretas.
FERNANDO COLLOR: o jovem, o novo, a “direita moderna” a ruptura com o passado, “caçador
de marajás”. Deu-nos o primeiro e único, por enquanto, impeachment da nossa
história.
ITAMAR FRANCO:
representa bem a transição pacífica, a passagem de uma crise política séria (o
impeachment do Collor) para uma normalidade democrática e estabilidade econômica,
com a implantação do Plano Real.
FERNANDO HENRIQUE: o pragmático, fez o que precisava ser feito, com um primeiro
mandato marcado pela estabilidade econômica. Apesar dos
problemas com o segundo mandato, manteve a normalidade democrática e passou,
sem traumas a faixa presidencial para Lula.
LULA: o líder
de massas, a vez das esquerdas. A ênfase nos programas sociais, surfou
no momento econômico favorável, conseguindo a inclusão e a ampliar a melhoria
das condições de vida de milhões de brasileiros. Faz um segundo mandato mais
complicado, mais ainda exitoso.
DILMA ROUSSEFF:
mulher,
a “gerontona”,
que iria fazer um governo mais técnico, dando um “chega pra lá” nos vícios da
política, mantendo e ampliando as conquistas do seu antecessor. Deu no que deu.
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