NEM DILMA NEM TEMER?


Na teoria a antecipação das eleições “pacificaria as
ruas”, uma alternativa ao impeachment e também a mais ainda improvável
renúncia, surgiria de uma proposta de emenda constitucional, a tal de PEC. A
ideia já provocou perplexidade e revolta entre várias lideranças no Congresso,
até mesmo entre os tucanos, que até pouco tempo andaram namorando essa ideia.
Seja como for, faltando apenas 10 dias para a votação
do impeachment essa é uma proposta que não tem como prosperar, nem mesmo no
Planalto, onde a presidente a vê como equivalente à renúncia do seu mandato, no
que a bem da verdade, ela tem toda razão.
O problema é que ninguém vê como Dilma poderá escapar
da crise, ainda que escape do impeachment, com dificuldades gigantescas para
compor uma maioria confiável no Congresso que garanta a governabilidade para o
restante do seu mandato. A expressão “pato manco”, que os americanos usam para
classificar/definir os últimos meses de mandato dos seus presidentes, cabe como
uma luva para a nossa mandatária.
Não é a toa que a Rede Sustentabilidade, o partido da
ex-ministra Marina Silva, tenha lançado a campanha: “Nem Dilma, nem Temer. Nova
eleição é a solução”. Marina e seus adeptos, estão de olho na última pesquisa do
Datafolha, realizada entre 17 e 18 de março, onde ela aparece com 21% e 24% das
intenções de voto, dependendo de que seja o candidato do PSDB.
Pesquisas neste momento são, como nunca dantes na
história deste país, como diz o chavão, que institutos e pesquisadores não
cansam de repetir, “um retrato do momento”. E como o “momento” muda a todo
instante, numa velocidade estonteante, impulsionado, basicamente, pelos motores
da Lava a Jato, seria bom combinar bem direitinho do eleitorado. Uma coisa é o
sujeito dizer que votaria em fulano ou sicrana, “se as eleições fossem hoje”.
Outra, ainda que aparentemente não pareça é apoiar a ideia da antecipação das
eleições. E não estamos nem falando da confusão que isto iria provocar na
cabeça do eleitor comum, tendo que votar para presidente, prefeito e vereador
tudo ao mesmo tempo. Sem contar com a duração deste mandato extemporâneo e suas
posteriores combinações com as eleições para governadores e o congressistas.
Estamos bem longe de qualquer solução.
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