A CONFUSA, PARA DIZER O MINIMO, PESQUISA ELEITORAL DO DATAFOLHA.

Um ótimo exemplo
está na mais recente, divulgada pelo Data
Folha, onde se pretende avaliar as
candidaturas a Presidência da República.
Pra começo
de conversa são nada menos que oito cenários, onde entra todo mundo, inclusive
gente que sequer manifestou a intenção de concorrer a Presidência.
Difícil
imaginar o que o pobre do entrevistado pensa realmente ao ter que dar tratos à
bola para escolher suas possíveis preferências nesse cipoal de alternativas e
muito menos o que se pode aferir desses resultados.
Vamos ver
para começar, o que deu na espontânea, aquela em que o entrevistador faz uma
pergunta simples: sem apresentar os nomes dos possíveis candidatos


Ou seja
nada de novo no Quartel de Abrantes. É um cenário que – nem precisa de bom
senso, basta o comum mesmo para avaliar – corresponde ao que se poderia esperar
do distinto público. As pessoas não estão decididas neste cenário confuso da
politica brasileira. Quem pontua alguma coisa é quem está em evidência, para o
bem ou para o mal e trabalhado intensamente nas redes sociais, e que tem recall
por conta das suas atuações passadas e recentes, que os colocam na mídia.
A coisa fica
realmente confusa quando o instituto apresenta nada menos que oito cenários em
combinações cujos critérios são difíceis de entender, colocando a tirando possíveis
candidatos

Em primeiro
lugar vários desses incluídos sequer cogitam em se candidatar. Com base em que
critério foram colocados para avaliação? O do “talvez que sabe”, competindo com
outros que são, de fato, pré-candidatos?
Existem
outras formas de avaliar nomes. Colocar todo mundo no mesmo balaio e fazer com
que o eleitor faça um exercício desse calibre a pelo menos sete meses antes da
eleição não conclui coisa nenhuma. Um estudo real das tendências atuais do
eleitorado e para onde elas podem apontar exige bem mais que uma pergunta na
base do “se as eleições fossem hoje e esses fossem os candidatos em quem você
votaria”

Outra coisa
pra lá de confusa é a avaliação da condenação de Lula.
As perguntas
sobre o “destino de Lula” são essas aí:
Na sua opinião, Lula vai disputar a eleição?
Para 43% não irá. Já 32% acreditam que sim, com certeza e 21% talvez.
A outra é: Na sua opinião, Lula deveria poder disputar a eleição?
51% acham que ele deveria ser impedido de participar da disputa, enquanto 47% vão na direção contrária e acreditam que ele deveria disputar. 4% e 2%, respectivamente cravaram o "não sabe".
Elas não expressam o que
as pessoas pensam efetivamente sobre Lula. E hajam cruzamentos para se chegar, se for
possível a alguma conclusão sobre isso.
A tal avaliação sobre a
condenação de Lula passa ainda por um dos mais interessantes itens do
questionário e se restringe a tentar saber se os eleitores acreditam que o
ex-presidente tinha ou não conhecimento da corrupção.
Para a maioria dos
entrevistados (54%) Lula “sabia da corrupção em seu governo e deixou que ela ocorresse”. 29%
acreditam que “ele sabia mas não podia fazer nada para que ela não ocorresse”
(13%). Não opinaram 5%. Com esse tipo de
perguntas não é possível saber se as pessoas acreditam ou não na participação
direta do ex-presidente na corrupção do seu governo e dela se beneficiado. Do
jeito que foi feita no máximo ele deixou acontecer. Ah, no entanto, mais adiante pergunta-se se o julgamento e a pena a que foi condenado foram justo ou não. Ah, tá. Chega-se lá por vias transversas, mas qual o motivo para não se fazer uma pergunta direta?
A culpabilidade de Lula fica intuída, mas
não claramente, quando 53% dos entrevistados declaram que Lula deve ir para a
prisão, uma variação de apenas um por cento com relação à pesquisas anteriores.
Para 44%, no entanto o ex-presidente não deveria ser preso (em setembro 40%).
Ou seja, nada mudou de lá para cá.
Apesar disso, a maioria
(56%) avalia que Lula não será preso, um número menor que os 66% que
acreditavam nessa possibilidade em setembro do ano passado. Ainda assim, o
percentual dos que ainda acreditam na prisão subiu de 28% para 39%. Restou saber algo além dos percentuais as respostas: quais os motivos que
fazem os eleitores acreditarem nas nessas duas possibilidades.
Informados de que o
julgamento da semana passada condenou o ex-presidente Lula a 12 anos e um mês
em regime fechado, 50% consideraram a decisão justa, e para 43% foi injusta,
além de 7% que preferiram não opinar.
Entre os brasileiros mais
pobres, com renda mensal familiar de até 2 salários, 51% avaliaram a
condenação injusta, e para 41% foi justa. Entre quem tem rendimento de 2 a 5
salários, 60% avaliam que a condenação foi justa, e 36%, que foi injusta. Na
parcela com renda de 5 a 10 salários, 64% indicam que houve justiça e 34%, que
houve injustiça. Entre quem tem renda superior a 10 salários, 62% indicaram que
a decisão foi justa, e 34%, que foi injusta. E aqui nada há a estranhar.
Comentários
Postar um comentário