AFINAL, A QUEM OU A QUE SERVE DELTAN DALLAGNOL?
Esse procurador da República fez nova aparição – para ser
simpático – desastrada e ofensiva a democracia. Esse procurador, para reavivar memórias
foi aquele que condenou o ex-presidente Lula usando um PowerPoint, onde Lula
foi aparecia como chefe de quadrilha. O ineditismo, digamos assim, do devido
processo legal e da condenação do ex-presidente, munido de apenas um PowerPoint
não parece ter constrangido o procurador, que volta a cena agora para postar
nas redes sociais mais um absurdo.
Segundo o rapazinho “se cabem buscas e apreensões gerais nas
favelas do Rio, cabem também nos gabinetes do Congresso. Aliás, as evidências
existentes colocam suspeitas muito maiores sobre o Congresso,
proporcionalmente, do que sobre moradores das favelas, estes inocentes na sua
grande maioria”.
Em tudo e por tudo esse procurador deveria calar a boca.
Ninguém está colocando os inocentes moradores das favelas como criminosos. Como
procurador Dallagnol deveria saber muito bem que os inocentes moradores das
favelas do Rio estão sofrendo nas mãos dos traficantes, dos policiais
corruptos, das milícias e da inoperância das autoridades. Deveria saber também
que a saída não é passar todo o seu tempo demolindo a classe política, fazendo
de conta que todos são criminosos, talvez piores que os fora da lei que dominam
as comunidades pobres do Rio de Janeiro e alhures.
É de se perguntar, portanto, o que pretende e quem e ao que
impoluto procurador está a serviço. Qual a saída que oferece? Deixar o crime
correr solto? Fechar o Congresso? Desmoralizar completamente a política e, por
consequência a democracia? Alguém em sã consciência neste país quer mesmo a
implantação de uma ditadura da toga?
Dallagnol já deu pistas a que veio ao condenar Lula munido de
um PowerPoint, onde decidiu que o
ex-presidente era chefe de quadrilha e o condenou publicamente. Lula pode ser
qualquer coisa, mas é muito maior que esse procurador. É líder inconteste de um
dos maiores partidos do país, é um ex-presidente, dono de dois mandatos e
aprovado por um número significativo de brasileiros. É possível discordar e até
mesmo condenar Lula por inúmeras coisas. Discordar não é problema, mas condenar
requer provas. E provas concretas. Não é possível, inclusive para a
credibilidade dos adversários do ex-presidente, que um rapazinho qualquer, use
o seu cargo de procurador, para condenar sem o tal devido processo legal e
muito menos passar o seu tempo interferindo na vida pública, com palavras e
ações que em nada ajudam na manutenção da democracia, demonizando os políticos,
como se os membros do judiciário fossem anjinhos do pau oco.
Bem fez o vice-presidente da Câmara Fábio Ramalho, ao pedir
que a Casa convoque Delagnol para dar explicações e foi preciso ao dizer que se
o procurador que “falar alguma coisa que vá para as ruas, se eleja e venha aqui
fazer as mudanças. E completou corretamente ao afirmar que “todas as
coisas que estão aí hoje, as delações, só existem porque esse Congresso votou”
e que por isso merece respeito. Talvez até nem tanto, mas seguramente, do jeito
que vai o procurador Deltan Dallagnol não merece.
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