ESCOLA SEM PARTIDO E OUTRAS BOBAGENS
Tem
professor que faz proselitismo nas salas de aula? Claro que tem. E é mais
frequente nas escolas particulares que nas públicas. Mais preocupante que a
ideologização de alunos nas escolas públicas é o fato de que a maioria não
consegue interpretar textos simples (entender é a palavra certa) e muito menos
fazer operações da básicas de matemática.
Escola sem ideias e sem divergência é escola burra |
O
que interessa na verdade é que nessa discussão besta vamos
deixando de lado o que interessa: salário, boa formação (que não existe) e
infraestrutura de qualidade. Principalmente a boa formação profissional continuada, que faz
a diferença nos países com as notas mais altas no Pisa – Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes, que examina alunos de 15 anos em mais de 70 países.
Sabe
como funciona a coisa nesses países?
Por
exemplo: Na Alemanha, os cursos de Pedagogia duram sete anos, com um exame prático
exigente ao final do curso. Na Finlândia, Eslovênia e Suíça a carga horária é
de cinco anos e os estudantes dos cursos também passam por uma espécie de prova
prática para serem aprovados como professores.
Na
Finlândia, Hong Kong e Coreia do Sul, para poder assumir uma classe ainda como
estagiários, os professores passam por exames específicos e exigentes. Dos 20
países cujos estudantes obtiveram as notas mais altas só Cingapura (apenas um)
não exige um curso específico para os professores do ensino médio. Mas, preste
atenção, dá incentivos para que os melhores façam a opção pela carreira de
docente: tem bolsas de estudos e bonificações durante a formação, com práticas
nas escolas.
Está
percebendo as diferenças?
Nos
20 melhores países do Pisa os professores são submetidos a exames, alguns todos
os anos. Em vários a análise inclui a observação de como o professor atua em
sala de aula. Se vai mal é suspenso (Austrália e Cingapura) e tem que
seguir um programa pessoal de desenvolvimento. Na Bélgica, Eslovênia e
Inglaterra a progressão na carreira é adiada. Na Coreia do Sul e na Austrália, assistem
a um programa de formação e em Cingapura maus resultados influem também no
salário.
Resumindo:
além de salario e infraestrutura, muitíssimos importantes, quem deseja uma
educação de qualidade investe na formação dos professores. E os avalia
periodicamente, não para punir, mas submetendo-os a novos sistemas de
formação.
Em
vez de ficarmos nessa conversa boba sobre escola com ou sem partido, melhor
seria investir no que interessa: uma boa infraestrutura, salários que atraiam os melhores e, principalmente, numa excelente formação continuada.
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