FAMÍLIA, REDES SOCIAIS E GOVERNABILIDADE
Praticamente todo governante tem algum tipo de familiar, ou amigo
chegado, encrenqueiro. É só passar o olho na história. A coisa complica quando
os familiares também estão na política e, como se não bastasse, usuários
desenvoltos das redes sociais. É o caso dos filhos do presidente Jair
Bolsonaro. E o recente episódio da “demissão” de um ministro via redes sociais,
protagonizado pelo filho vereador, cria uma situação nova, cujos desdobramentos
ainda estão por vir e vão muito além do caso em si.

No poder temos o núcleo político, mais exposto aos filhos do
presidente e aos seus posicionamentos “ideológicos” mais radicais, e um outro,
formado pela equipe “técnica”, com o ministro da economia e justiça como seus
expoentes, por enquanto fora do radar dos “rapazes”. No meio o vice-presidente
e os militares, gente avessa a quebra da hierarquia e aos “ritos” do poder,
claramente desconfortáveis com a desenvoltura dos Bolsonaros.
A pergunta que fica é: existem três grupos de poder dentro do
governo? Os filhos do presidente representam o que e quem? É ingênuo achar que
são apenas “garotos” avoados, que agem totalmente a revelia do pai, que não
consegue controla-los. Quais desses grupo terão preponderância nas decisões
finais de governo? Qual deles terá uma interlocução real com o Congresso que
permita a aprovação das reformas tão urgentes? Para qual deles os congressistas
se inclinarão? Todo governo quando começa tem a sua dose de confusão e
bate-cabeça, mas isso tem um tempo definido. A se prolongar....
Comentários
Postar um comentário