VAGINAS, BANHAS, CULTURA E FASCISTAS.
A
coisa toda começa com a afirmação feita pelo ator José de Abreu, que vagina não
transforma fascista em ser humano. Tem ainda a parte das banhas da atriz Regina
Duarte nas suas críticas ao fato da atriz ter aceito o convite para participar
do governo, a grande motivação para as declarações do ator.
Assumidamente de esquerda, entusiasta
confesso do lulismo, as declarações de José de Abreu são assustadoras, uma vez
que foi com conceitos semelhantes, que os nazistas se sentiram à vontade para
liquidar em massa judeus e outras minorias, incluindo aí gays e o que mais
servisse aos seus interesses de supremacia racial.
O que espanta também, é o fato das
organizações de esquerda e artistas renomados, que “pediram os sais”, indignados
com o fato de Regina Duarte ter aceito um cargo no governo, não terem esboçado
nenhuma reação às declarações do ator. Em silencio concordaram com absurdos,
onde a vagina e as banhas de Regina Duarte, misturadas com uma hipotética indignação
dos gays, engrossando assim as grosserias de Jose de Abreu, em suas – vamos
chamar assim – críticas.
Estou usando esses “comentários”, que
ganharam meia página da Folha de São Paulo
- coluna de Monica Bergamo, para uma reflexão: em que difere o
palavreado do progressista Jose de Abreu, do que pensam os “fascistas” de raiz?.
Regina Duarte tem todo o direito de participar do governo Bolsonaro e pode
merecer críticas severas quanto às suas posições e, principalmente, das suas eventuais
e futuras ações à frente da Cultura. Mas, com exceção das suas manifestações de
simpatia e admiração pelo presidente, ainda não disse a que veio. Achar que não
deveria ter aceito o convite, também é passível de comentários negativos, mas o
nível de José de Abreu, com o silêncio cúmplice dos progressistas, artistas,
promotores da área da cultura e militantes partidários é o que realmente pensam
as forças de oposição do bolsonaristas?
Lá pelas tantas José de Abreu se confessa
“machista e misógino”, que põe na conta da “educação que recebi da sociedade”.
Então, pelo visto estamos caminhando para termos o “machista do bem”, o
“misógino legal” e por aí vai. Desde que o sujeito seja contra os fascistas
tudo bem. Tá tudo liberado. Gente como José de Abreu não merece aplausos, nem
espaços grandiosos na mídia. “Machistas do bem”, “misóginos legais”, vítimas
coitados, da educação que lhes foi dada pela sociedade, precisam ser combatidos
com a mesma ênfase, com que os setores progressistas criticam os “fascistas” e
seus filhotes. Caso contrário passam a mensagem de que são todos iguais, apenas
– por alguns incidentes – estão em lados opostos, mas na verdade é tudo farinha
do mesmo saco.
Comentários
Postar um comentário