REJEIÇÃO AO PT CHEGA AO CINTURÃO VERMELHO DE SP
O Cinturão Vermelho, para
que não sabe, é um conjunto de bairro nos extremos da capital paulista que
desde 2000 tem votado em peso nos candidatos petista. Mas, recentemente, a
queda na aprovação da presidente, a agenda negativa provocada pela Operação
Lava Jato e a crise econômica começaram a se fazer sentir, também, nos
eleitores do cinturão, animando os adversários a investirem nesses redutos
petistas, antes considerados fechados a outros candidatos.
Segundo Márcia Cavallari,
diretora do Ibope, percebe-se o aumento significativo da proporção de eleitores
voláteis, aqueles que já votaram no PT, em algum momento, mas que agora não
repetirão o voto na legenda, com o antipetismo chegando aos antigos redutos do
partido.
Não é a toa que Nelson
Biondi, responsável por campanhas do PSDB na capital e no Estado, afirme que,
diferentemente do passado, “quando a gente não investia muito nos redutos
petistas porque sabíamos que não adiantaria, hoje o ‘mercado’ está diferente.
Não há mais reduto petista que não vale a pensa investir”.
O mesmo sentimento deve
permear os dirigentes da campanha de Marta Suplicy, recém-saída do PT, ao traçarem
uma estratégia de avanço sobre o cinturão vermelho, um dos principais
responsáveis pela sua eleição como prefeita em 2000 e nos quais ainda tem
eleitores fiéis. Com visitas semanais a esses bairros Marta tem assustado os
dirigentes petistas, que já tomam providências para tentar barrar o acesso da
Senadora aos seus redutos.
Ainda que usando estratégia
diferente dos tucanos e petistas, o único candidato já declarado à Prefeitura,
Celso Russomanno, do PRB, planeja investir nos redutos adversários, vermelhos e
azuis, através da TV, com um quadro que deverá ganhar no programa de maior
audiência da TV Record, o Cidade Alerta.
Resta ao PT, e ao seu
candidato a reeleição, Fernando Haddad, tentar aumentar a distância entre os
seus adversários nas áreas que ainda lhes são favoráveis e partir para
reconquistar espaço entre os eleitores nas áreas chamadas voláteis, como
explica Márcia Cavallari, uma tarefa cada vez mais difícil, como acredita o
cientista político Carlos Novaes, em entrevista a Pedro Venceslau do jornal O
Estado de São Paulo: a crise do PT é estrutural e anterior aos escândalos. O PT
nunca esteve tão vulnerável. Será mais fácil para os adversários de Haddad
encontrar reprodutores para seus discursos de campanha”.
PERFIS FAKES
Nas redes sociais a campanha
também está em andamento. Perfis fictícios já promovem o prefeito e Russomanno
e Marta tem feitos declarações seguidas, que são reproduzidas principalmente
via Twitter e Facebook, por sua equipe e admiradores.
O prefeito ganhou o perfil Haddad Tranquilão, que já conta com mais de 120 mil seguidores e Russo – O Mano, mais de 7 mil curtidas, ambos numa estratégia semelhante que pode ter virado uma tendência desde o surgimento de Dilma Bolada, o perfil criado em 2010 por um publicitário carioca, que possui atualmente nada menos que 1,6 milhão de seguidores. O perfil de Haddad é administrado por dois jovens, um publicitário e um turismólogo, ligados ao PT.
O de Russomanno é controlado também por um publicitário
que se diz simpatizante do pré-candidato,j
á tendo trabalhado para Eduardo Campos e Paulo Skaf.
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