DEPUTADOS QUEREM CENSURAR A INTERNET
Vem aí mais uma
tentativa de censura, desta vez bem radical, de censura na internet.
O texto
aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados
no ultimo dia 6 (Projeto de Lei (PL)
215/20125) modifica o Marco Civil da Internet e estende o chamado “direito ao
esquecimento e a remoção de conteúdos da internet” para pessoas públicas e –
obviamente – para os políticos e vai sobrar cana dura para quem descumprir a
lei.
Nas leis nazistas a inspiração |
A armadilha e a
censura com a inacreditável borracha nos fatos históricos, está no texto que
permite a qualquer pessoa requerer na Justiça a remoção de conteúdo que
“associe o seu nome ou a imagem a crime que de que tenha sido a absolvido, com
trânsito em julgado e “associe o seu
nome ou imagem a fato calunioso, difamatório ou injurioso”. Ou seja, uma
porteira onde cabe qualquer coisa. Assim, por exemplo, se qualquer pessoa em
site, aplicativo, grupos de discussão, jornais, rádios e TVs etc., etc. que
estejam na internet, se afirmarem que determinado deputado possui contas
ilegais no exterior e ele negar peremptoriamente, pode recorrer a Justiça e
esse fato/noticia ser simplesmente apagado da internet para sempre.
Como se não bastasse o
projeto amplia as exigências para acesso a sites e aplicativos, com os usuários
tendo que informar o seu CPF, RG, filiação, conta de email e telefone que podem
ser solicitados – sem autorização da Justiça, independentemente do fato de ser
autor ou ter simplesmente comentado
E para quem acha que
pode levar na brincadeira essa maluquice é bom ficar atento as penas previstas:
o dobro no caso de crimes que tenham o “emprego de equipamento, aparelho,
dispositivo ou outro meio necessário à realização de telecomunicação, ou por
aplicação de internet”. Não caberá fiança, ou seja, a pessoa acusada vai presa
e não pode responder em liberdade. Quando o crime resultar na morte da vítima,
a pena será ampliada cinco vezes.
Para relator do Marco
Civil na Câmara, deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), o projeto representa um
risco para a construção da memória e da história brasileira. O deputado usa
como exemplo o caso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, que foi afastado
pelo Congresso Nacional, mas absolvido no Supremo Tribunal Federal. “A
informação de que ele foi processado no Supremo, mesmo que tenha sido
absolvido, é uma informação relevante do ponto de vista histórico e você não
pode apagar e fingir que isso não existiu”, pondera acertadamente.
O Conselho de Comunicação
do Congresso Nacional já se posicionou contra o projeto, assim como o Comitê
Gestor da Internet no Brasil que, acreditam que o projeto subverte “os
princípios e conceitos fundamentais da Internet” ao propor o estabelecimento de
“práticas que podem ameaçar a liberdade de expressão, a privacidade dos
cidadãos e os direitos humanos em nome da vigilância, bem como desequilibrar o
papel de todos os atores da sociedade envolvidos no debate”. [Da Agência
Brasil]
Comentários
Postar um comentário