O GOVERNO ESTÁ PERDENDO A BATALHA DA PREVIDÊNCIA?


Poucos apoios declarados
Muita oposição
Neste exato momento a resposta seria sim. A principal bandeira do governo, neste momento, a “Nova Previdência” não chega a quem mais interessa: a população. Ninguém do andar de baixo sabe a rigor o que está sendo proposto e no Congresso o governo não conseguiu até agora reunir uma base de sustentação satisfatória.

É bem verdade que alguma coisa está mudando, pelo menos na relação com o Congresso, mas o governo, que foi eleito jactando-se de que não faria a “velha política”, da troca de apoios por cargos, de alguma forma vai ter que jogar a toalha e atender aos reclames do legislativo.

Congressistas, dando demonstração de força.
Boa parte dos congressistas não admite a possibilidade de apoiar ao governo sem a contrapartida da nomear seus indicados para cargos na administração federal. E isso já ficou muito claro, seja nas últimas votações de projetos do interesse do governo, seja no “corpo mole”, na última reunião da CCJ, onde a pretensa “base aliada” deixou o ministro Paulo Guedes, da Economia, enfrentando sozinho e em sequência, nada menos que 15 deputados da oposição.

Bolsonaro x Congresso: relação difícil.
O presidente começou a receber lideranças para conversar sobre a previdência, o que é um bom sinal, e ministros estão se esforçando para dialogar com os parlamentares, mas até agora a população, a principal interessada no assunto, está sendo deixada de lado.

Uma campanha publicitária chegou a ser criada, mas teve uma veiculação relâmpago, praticamente ninguém viu, segundo dizem para não dar “dinheiro” para a mídia hostil. Ficar apenas nas redes sociais, falando para a militância é um erro. Por mais aguerrida que seja, não tem condições de convencer a população do acerto da reforma pretendida e sem apoio popular não há como pressionar os congressistas para a sua aprovação.

Por outro lado, a tentativa de empurrar para o legislativo a responsabilidade da aprovação de projetos, sejam eles quais forem, sob a alegação de que já “fizemos a nossa parte” também não vai funcionar sem uma fortíssima pressão popular sobre os congressistas, mas para isso é preciso se comunicar, bem e muito.

O Congresso é conservador no sentido de manter suas prerrogativas, neste caso as de indicar pessoas para cargos nos vários escalões da administração e de forçar a liberação de recursos para obras de interesse dos deputados e senadores. E ponto final.

Governar sem apoio do Congresso é impossível, noves fora a hipótese de uma “revolução”, o que está fora de cogitação.

A lição a ser aprendida é que promessas de campanha, que podem funcionar muito bem no período eleitoral, precisam de algo mais para se concretizar no governo. Sem conseguir coloca-las em prática  podem provocar desgastes irreparáveis para o administrador de plantão. Sem apoio político e uma comunicação eficiente e permanente, voltada para o conjunto da população as coisas ficam difíceis, muito difíceis. E podem acabar deixando o governo de mãos atadas, sem condições de governar de fato, com boas chances de mergulhar o país num caos econômico e social. Tomara que não.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DE QUEM É ESSE JEGUE, ESSE JUMENTO NOSSO IRMÃO?

UM SONHO DE XOXOTA EM BARRA GRANDE

ABSTENÇÃO: PROTESTO OU DESINTERESSE?