ELEIÇÕES: RESULTADOS SOMBRIOS E O FIM DA HEGEMONIA DO CENTRO.

A "vontade política" x o "murro na mesa"
A liderança de Jair Bolsonaro e a ascensão de Haddad mostram que o eleitorado vai (praticamente certo) decidir na base do contra “tudo isso que esta aí” e não a favor de alguma coisa. Assim encerra-se, pelo menos por enquanto, a hegemonia do que se convencionou chamar de centro.

Segundo as pesquisas, a preferência do eleitorado está se inclinando, de um lado pelo autoritarismo puro e simples, cuja proposta mestra é resolver tudo usando a autoridade, seja lá de onde ela vier e, por outro lado, pelo grupo representado pelo PT, que defende a ideia de que basta “vontade política” para que todos os nossos problemas sejam rapidamente resolvidos e tudo volte ao mundo cor-de-rosa da Lulândia.

Os eleitores, cansados, querem soluções rápidas (e simples) para todos os problemas: segurança, educação, saúde e emprego, entre outros. E pouco se importam com as advertências racionais de que nenhum deles será resolvido rapidamente, em passes de mágica.

Os dois melhores colocados nas pesquisas são os que transmitem melhor a ideia, de que tudo pode mudar e muito rapidamente. Da dupla Bolsonaro é o que atende melhor a essa expectativa. Ciro Gomes, com seu jeitão de durão sincero, é outro que se beneficia do estilo “murro na mesa” para mudar as coisas e pode ser a alternativa para quem não quer Bolsonaro nem Haddad. Alckmin representaria melhor essa posição, mas demorou muito no tatibitate e – ao que tudo indica – deixou escapar o cavalo selado.

Haddad se beneficia da capacidade de Lula de transferir votos e da sensação de eldorado vivido nos anos de governo do líder petista. O fato de Lula ser atualmente um presidiário não interfere em nada, já que, na visão de uma boa parte do eleitorado,  todos os políticos são “farinha do mesmo saco”. A diferença apenas é que uns estão na cadeia, outros não.

O que vai resultar depois, já que não importa que ganhe, pois nada será resolvido rapidamente, pode ser uma explosão de descontentamento que leve ao descontrole, a rebeldia e ao caos social, sem querer ser catastrófico. Mas quando a ilusão acaba, o perigo e a violência batem à porta. Cenário perfeito para todos os que – desde já – andem falando na ilegitimidade do resultado da eleição, caso o adversário seja o vencedor. Tempos sombrios no horizonte.

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