Os atentados políticos que abalaram a nossa história

Não somos como os Estados Unidos, que desde o começo da sua história, convive com os mais variados atentados políticos. No Brasil independente foram apenas oito. E começaram com o assassinato de Líbero Badaró em 1830. (os dados foram extraídos de pesquisa publicada pelo jornal Gazeta do Povo - ver link no final do texto).
 
Giovanni Battista Líbero Badaró, jornalista, político e médico italiano radicado no Brasil, foi o fundador do jornal O Observador Constitucional, que não era bem visto pelos absolutistas. Historiadores dizem que a ordem para matar Badaró pode ter partido de Dom Pedro I. O fato complicou a situação política do imperador, que abdicou do trono e mudou-se para Portugal no ano seguinte.

Em 1889 a vítima seguinte foi o seu filho e sucessor D. Pedro II. Ao sair de um teatro, no Rio de Janeiro, e entrar em sua carruagem, em meio a um tumulto, em que algumas pessoas gritavam “Viva o Partido Republicano”, o imperador foi alvo de três tiros de revólver, que atingiram apenas o veículo. O autor dos disparos fugiu, mas foi capturado mais tarde e reconhecido como um republicano português.

Prudente de Morais, terceiro presidente do Brasil, primeiro civil a assumir o cargo e o primeiro eleito diretamente, foi o próximo a sofrer um atentado, três anos após assumir o mandato, em 5 de novembro de 1897, durante uma cerimônia militar. Prudente de Morais escapou ileso, mas o Marechal Bittencourt, seu Ministro da Guerra, morreu defendendo a vida do presidente.  Durante a cerimônia, um soldado, Marcelino Bispo de Melo, encostou uma pistola no peito de Prudente de Morais, que conseguiu afastar a arma, usando a cartola. O soldado, saca então uma espada e mata o ministro.

Em 1915, o país volta a conviver com um crime político, desta feita contra José Gomes Pinheiro Machado, senador pelo Rio Grande do Sul, morto com uma punhalada nas costas, no saguão de um hotel de luxo no Flamengo, Rio de Janeiro. O autor do crime, Francisco Manso de Paiva Coimbra, entregou o punhal sujo de sangue e esperou que a polícia chegasse ao hotel para prendê-lo. Ele insistiu que agiu por iniciativa própria.

Um dos ataques mais famoso foi o de João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, em 1930, na época governador da Paraíba. Foi assassinado na Confeitaria A Glória, no Recife, e o episódio é considerado o estopim para a Revolução de 1930, o golpe de estado liderado por Getúlio Vargas, que depôs o presidente Washington Luís. João Pessoa, que deu o seu nome a capital do Estado, que até então se chamava Parahyba, tinha sido candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas, numa eleição perdida que para Júlio Prestes, alguns meses antes do crime.

Mais recente, já em meados do século XX, houve a tentativa de assassinato do jornalista e político Carlos Lacerda, em agosto de 1954, na rua Tonelero, bairro de Copacabana, Rio de Janeiro. Lacerda era o maior opositor do presidente Getúlio Vargas, que 19 dias depois cometeria suicídio.

12 anos depois outro atentado, desta vez conta o general Costa e Silva, que viajava em campanha para suceder o também general, Castelo Branco, na presidência, durante a ditadura militar. Uma bomba explodiu no aeroporto de Guararapes, no Recife, mas o general escapou ileso pois tinha alterado a sua programação e desembarcado na cidade de João Pessoa. O atentado deixou 14 feridos e matou o vice-almirante Nelson Gomes Fernandes e o jornalista Edson Régis de Carvalho. O ataque foi arquitetado pela organização de esquerda Ação Popular (AP), mas até hoje há divergências sobre a identidade dos autores.

Dois menos lembrados, duas tentativas contra José Sarney, em 1967 e 1988. O primeiro em São Luís, quando – governador – Sarney participava de um comício. Um jovem, armado com uma faca, invadiu o palanque, sendo no entanto interceptando por um capitão, tio do governador e pelo seu secretário particular. Em setembro de 1988, com Sarney já presidente, um maranhense de 28 anos sequestrou um avião da VASP, planejando atingir o Palácio do Planalto, em Brasília. O plano não teve sucesso. Ao pousar em Goiânia, o autor do atentado, Raimundo Nonato Alves da Conceição, foi morto por policiais federais.

Para mais detalhes leia em: 
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/oito-atentados-a-politicos-na-historia-do-brasil.

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