DISSEMINAÇÃO DO ÓDIO, TERRORISMO, NOTÍCIAS FALSAS, ARMADILHAS FINANCEIRAS... O QUE FAZER COM A INTERNET?
Devemos permanecer “neutros” com os rumos que a
“Internet” está tomando, aceitando passivamente o terrorismo, o discurso de
ódio, a desinformação e um sistema que cria modelos de lucro baseados em
publicidade, que recompensa financeiramente o “caça-cliques” e a disseminação da desinformação?
Permanecemos assim, como se não tivéssemos nada a ver
com isso ou partimos para criar “protocolos” e contratos, que regulem a rede?
Ao longo do tempo criamos mecanismos como – por exemplo - a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, o Direito Marítimo e o Tratado do Espaço
Sideral, entre outros, quando diferentes grupos de pessoas, governos e
instituições se uniram em torno de alguns princípios com o objetivo de beneficiar
o conjunto da humanidade. Quando faremos algo semelhante para controlar a Rede?
Todas as vezes que se fala em algum instrumento de
regulação da internet, levantam-se as vozes contrárias, alegando a questão da
liberdade na rede. Mas, em qualquer outro “ambiente” nas relações humanas
existe liberdade “irrestrita”, que cause danos, alguns irreparáveis, como já
acontece na rede?
Tim Berners-Lee, pesquisador responsável por inventar
o protocolo WWW (Word Wide Web), considerado “pai da internet”, vem expressando
essa preocupação e trabalha na Fundação Web com Governos, empresas e cidadãos
para criar um contrato para a Rede.
Ele acredita, e é verdade, que a “luta pela Rede é uma
das causas mais importantes de nosso tempo. Hoje, meio mundo usa a Internet. É
mais urgente do que nunca garantir que os da outra metade não sejam deixados
para trás e que todos contribuam para a criação de uma Rede que promova a
igualdade, as oportunidades e a criatividade”.
Individualmente não podemos continuar sendo lenientes
com qualquer conteúdo na Rede, principalmente com o discurso de ódio e o
estímulo ao terrorismo, seja ele praticado por Estados ou indivíduos. Por outro
lado, temos que pressionar as empresas para que sejam transparentes na sua
atuação na internet, oferecendo garantias reais de que a sua busca por
lucratividade não atropele os direitos humanos, a privacidade das pessoas, não
corroam a democracia e a segurança pública.
Além das iniciativas individuais, combatendo sempre o
que estiver errado e for nocivo, é preciso pressionar os políticos para que eles
também entrem nesta luta. Sem eles não será possível termos uma regulamentação
adequada e justa para o conjunto da sociedade.
A Rede é tão importante para as nossas vidas que não
podemos falhar. Se a deixarmos a deriva, nas mãos inescrupulosas dos
terroristas, das empresas mal intencionadas e dos propagadores do ódio e das
notícias mentirosas, estaremos colaborando para um dos maiores desastres da
humanidade, com perdas que – neste momento – sequer temos condições de avaliar.
Todos juntos, cada um fazendo a sua parte, podemos
mudar.
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