BOAS-VINDAS AO “ALIANÇA PELO BRASIL, 38” –
Logo do partido feito com cartuchos de balas |
Acho ótimo a chegada do partido da família Bolsonaro, mesmo que ainda em
processo de criação. Os brasileiros precisam se despir dos estereótipos de povo
cordial, multirracial, musical, sem preconceitos e outras baboseiras. A chegada
de um partido de ultradireita, ou coisa que o valha, é bem-vinda. Traz a luz do
Sol ideias e personagens que durante muitos anos a sociedade brasileira fez de
conta que não existiam ou, pelo menos, coisas de uma minoria insignificante.
Logo após o período da ditadura militar,
passou a ser vergonhoso se considerar de direita, de extrema direita nem pensar.
Bonito mesmo era ser de esquerda, preocupado com o social, ou, pelo menos, de
centro esquerda. Ser apenas do centro já era uma espécie de flerte com a
direita. E assim fomos nós, até recentemente, felizes e fagueiros acreditando
em nossas próprias mentiras. Os nossos direitistas eram, no máximo, figuras
folclóricas, no estilo Enéas, ou chegados a uma ladroeira explícita, do tipo
“rouba mas faz”.
Está mais do que na hora de encararmos que
sim, a extrema direita existe é numerosa
e representa uma parcela significativa dos brasileiros. E o direito a se
organizarem, política e institucionalmente, deve ser respeitado, ainda que apoiar
seja outro assunto.
Expostos à luz do Sol revelam parte da
nossa verdadeira natureza. E precisamos assumir o que uma parcela grande,
significativamente, da população brasileira é homofóbica, amante de governos
ditatoriais, descrente das mudanças climáticas, não gosta dos índios, acredita
que desenvolvimento é um mercado fechado, com commodities, preferencialmente minérios,
aos montes para vender. Muitos de nós temem, inclusive, desabar nas bordas de
uma terra plana. É chato, vergonhoso, isso? Fere a nossa autoestima? Sim, mas
chega de ilusões.
Por outro lado é bom não cair na armadilha
que a solução está no extremo oposto. É tudo farinha do mesmo saco. A extrema
esquerda, travestida das boas intenções sociais, almeja apenas o poder para
impor suas ideias. E à força, é bom não se iludir.
Tem alguma luz no fim do túnel, que não
seja um trem um alta velocidade? Sim. Mas o brasileiro, além de tudo isso aí,
precisa parar de delegar a terceiros, o comando do seu destino. Se despindo das
mentiras, à esquerda e à direita, encarando claramente as nossas contradições, dificuldades
e carências. Em toda a América Latina, os nossos vizinhos se mostram cansados de
governos, à direita e à esquerda, decidiram ir às ruas, reivindicarem os seus
direitos. A chegada de uma nova direita,
radical e sem pruridos de expor o seu ideário, talvez dê o impulso necessário
que precisamos para sair desse rami-rami que nos impulsiona para o buraco, da
hipocrisia, da malemolência ridícula, que nos mantém cordeirinhos, aceitando
toda e qualquer coisa que nos é imposta, seja por um lado ou pelo outro.
Bem-vinda, portanto, a Aliança pelo Brasil,
38. Que sirva de reflexão e luz, não importa se pelo contraditório, para os
caminhos que desejamos de fato trilhar, nos encarando como somos de verdade,
sem essa de brasileiro bonzinho, lobos com pele de cordeiro. Que as pessoas de
bem se levantem, os oprimidos lutem pelos seus direitos, governos sejam
obrigados a adotarem políticas realistas e efetivas para o desenvolvimento do
nosso país, com todas as nossas fraquezas e qualidades.
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