REFORMA POLÍTICA: POPULAÇÃO NÃO SABE NADA DO ASSUNTO, MAS E A FAVOR.
Brasileiros se dizem a favor da reforma poliítica, mas não
sabem nada sobre o assunto.Essa é a realidade. Todo mundo diz que é importante,
alguns até têm alguma opinião sobre um determinado aspecto, mas o que se depreende
disso é que as taxas de apoio e rejeição, estariam sujeitas a grandes
variações, caso a reforma política venha a ser popularizada via campanhas
publicitárias, para um plebiscito, por exemplo.
O baixo grau de conhecimento prévio das propostas é
tecnicamente explicado pelo que se chama de “imposição problemática”. Isso
acontece quando os entrevistados só tomam conhecimento real do assunto quando
abordados pelos pesquisadores. É disso
que podem resultar as grandes variações, caso eventuais campanhas de esclarecimento
venham informar melhor as pessoas sobre o assunto.
Na verdade, de dois
em cada três dos entrevistados, na Pesquisa IBope/Estado, só ouviram falar do assunto
pela primeira vez ao serem questionados
pelos entrevistadores. E apenas 1 em cada 10 disse saber bem do que se tratava. Apesar
disso declararam que acham a reforma política importante.
Apenas 36% disseram ter conhecimento de que se discute a
reforma política. Saber que o debate existe não significa ter algum conhecimento. Tanto que só 7% dos entrevistados se declararam bem informados
sobre a reforma política. Outros 34% disseram ao Ibope estar pouco informados,
e a maioria absoluta disse estar "nada informado" (52%) ou nem sequer
soube responder (7%).
Considerando-se apenas os 41% que têm alguma informação (a
soma dos "bem" e "pouco" informados), a maioria é favorável
à realização da reforma política no Brasil: 39% concordam totalmente, 33%
concordam em parte e 7% discordam. O resto ficou no muro (nem concordou, nem
discordou) ou não respondeu.
Mas nem todos desses 41% teoricamente informados sabem
dizer, espontaneamente, do que trata a reforma política. Um em cada três (28%)
não conseguiu dizer nenhuma medida específica que esteja sendo discutida para
reformar a política brasileira.
Na prática, sobram 30% de brasileiros que dizem ter algum
grau de informação sobre a reforma política e sabem citar um exemplo do que
está em debate. Os pontos mais mencionados por eles foram: acabar com suplente
de senador, com as votações secretas no Congresso, com as coligações
partidárias e com o voto obrigatório - todas essas na faixa de 20% a 23% de
citações.
Os mais lembrados foram a realização de um plebiscito
conforme proposto pelo governo federal (18%), mudar a forma de financiar as
campanhas eleitorais (12%), reduzir o número de partidos (12%), realizar uma
constituinte sobre o tema (8%) e outros menos cotados.
O tema que se mostrou mais popular entre os brasileiros
foi "acabar com o voto secreto no Congresso Nacional. Mesmo assim, marcou
apenas 26 pontos num máximo de 100 na escala de conhecimento sobre o tema. Com
os outros foi ainda pior.
"Acabar com suplente de senador" e "mudar a
forma de financiamento das campanhas eleitorais" empataram em segundo
lugar, com grau de conhecimento 22 em 100. Depois vieram "acabar com
alianças entre partidos nas eleições de deputados" (20/100), "voto
distrital" e "permitir candidatos não filiados a partidos nas
eleições" (ambas com 18/100). A "lista fechada" para eleição de
deputados e vereadores ficou em último lugar, com 16/100.
A pesquisa Ibope/Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de
agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, na residência dos entrevistados em
143 municípios de todas as regiões do Brasil. Margem de dois pontos porcentuais.
Intervalo de confiança em 95%.
Contraditório isso, hein Mena: a população não sabe nada a respeito da reforma política, mas é a favor. Isso significa que as pessoas querem que se faça alguma coisa nessa área. O descrédito da classe política é demais.
ResponderExcluirAcho que é isso mesmo Giovanni. As pessoas querem alguma mudança no modo de fazer política. O que exatamente fica diluído por aí... na falta de informação, na vontade de mais transparência, menos falcatruas... acredito que principalmente mais transparência e dedicação as carências principais da população. Mas é difícil exprimir isso em pesquisas (combinar os anseios com as perguntas prontas - rss). Agora, como pretendem enfrentar esse descrédito...
Excluir