ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS: FALTAM VICES E IDEIAS NOVAS

Faltando menos de um mês para o inicio da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, estamos em plena temporada das convenções partidárias, onde faltam candidatos a vice-presidente e ideias novas e nada leva a crer em mudanças significativas, na mais confusa das eleições da recente democracia brasileira.

No cenário político os atores principais ainda são os mesmos, todos patinando em índices baixos nas intenções de voto. A exceção continua com o ex-presidente Lula, que - embora preso e praticamente inelegível - lidera todas as pesquisas,  seguido de razoavelmente longe por Jair Bolsonaro em segundo lugar e o restante do pelotão dos possivelmente viáveis, bem mais abaixo, formado por Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva.

De novidade mesmo só a caça aos vices para completarem as chapas, tarefa que tem se revelado dificílima para todos os candidatos. Josué Gomes, filho de José Alencar, o sonho de vice de praticamente todos os candidatos do tal centro, (seria interessante saber o motivo) recusou o convite feito por Geraldo Alckmin e pode, ainda que improvável, seguindo os passos do pai, continuar junto com o PT, mas como vice numa chapa para governador de Minas. Outro vice, possível que já deu o que falar, é a   advogada Janaína Paschoal, uma das três signatárias do pedido de impeachment de Dilma Rousself, que sabe-se lá porque passou a ser considerada como possível vice do capitão Bolsonaro.

Josué Gomes: aços de amizade com a família Lula pesaram na decisão

Para Josué o coração deve ter pesado mais que a razão para explicar a recusa. Seu pai, duas vezes vice de Lula, terminou por ficar amigo da família do ex-presidente e as famílias criaram laços que seriam quebrados caso aceitasse o convite do ex-governador paulista.

Bolsonaro e Janaína: ideias divergentes, mal-estar entre os apoiadores.

Já a advogada Janaína Paschoal, que poderia muito bem ter ficado na história como uma das signatárias do pedido de impeachment da Dilma,  antes mesmo de receber um convite público e formal para ser vice do Bolsonaro, já criou uma série de constrangimentos ao discursar na convenção do PSL. Janaína abordou questões caras aos apoiadores de Bolsonaro, causando um tremendo mal-estar entre os convencionais, defendendo ideias opostas as do candidato e da sua militância. Entre outros cogitados para vice de Bolsonaro está o de Marcos Pontes, mais conhecido como o únco astronauta brasileiro.

Além da escassez de vices, as ideias e projeto também não são abundantes nessa eleição, onde ninguém consegue empolgar os eleitores, cujos índices de abstenção e de intenção de votos em branco e nulo superam, em muito, os percentuais dos candidatos, incluídos aí todos os que têm alguma chance na disputa.