TEM ROBÔ PRONTO PARA FICAR COM SEU EMPREGO

Se você é daqueles que pensa que os robôs só vão ocupar, em breve, muito em breve, aqueles postos de trabalho de baixa qualificação, pode por as barbas de molho. Esses serão apenas os primeiros.  Na Califórnia, por exemplo, ninguém precisa mais de um advogado quando se envolve em problemas de trânsito. Basta acionar um robô, criado com base em inteligência artificial , que é capaz de elaborar petições, fazer defesas e acompanhar todo o processo.


Entregadores de pizza, outro patamar, já estão sendo dispensados, na mesma Califórnia. E mais, além das entregas, já tem até robô na cozinha. Na Zume Pizza toda a comida é feita por robôs. E os consumidores, alheios aos problemas que a automação pode causar, adoram. O processo por enquanto, só por enquanto, ainda é meio lento, mas a estimativa para os próximos anos é assustadora: milhões e milhões de pessoas perderão os seus empregos para os robôs.


As empresas adoram com os ganhos de produtividade, numa economia que os americanos já chamam de “jobless growth”- crescimento sem empregos, mas governos e empresas deveriam encarar esse processo com cautela, pois a ideia de milhões e milhões de pessoas desempregadas não é exatamente o melhor dos modelos, ainda que – historicamente as novas tecnologias tenham sempre vencido. E não foram poucos os conflitos criado a cada inovação, alguns bem violentos.



Mas desta vez existe uma diferença: empregos de alta qualificação também serão afetados. E boa parte da classe média já pode começar a fazer as malas para sair do paraíso.  Aquele tal robô, que atua como advogado, por exemplo, foi testado na leitura de tomografias, lendo na menos que mil exames por hora.  Os médicos que analisaram os seus diagnósticos concluíram que os acertos estavam na casa dos 99%.



Avançando, essa robotização, só vai beneficiar mesmo (economicamente) os donos dos robôs. A previsão é que a maior parte das atividades profissionais de hoje sejam substituídas por elementos dotados de inteligência artificial.



As exceções por enquanto são funções do topo da pirâmide social, onde criatividade e capacidade de solucionar problemas ainda escapam desse processo. Na base da pirâmide também existem exceções, já que algumas atividades, como faxineiros, por exemplo, ainda que possam ser substituídos por máquinas, economicamente não vale a pena investir nessas ocupações.



Os mais ameaçados são os profissionais que de alguma forma exercem funções repetitivas, o paraíso dos robôs, coisa que eles podem fazer ininterruptamente, durante, horas, dias e meses, muitas vezes sem precisar sequer de manutenção.



A grande diferença, do que já aconteeu no passado, com a chegada de novas tecnologias, é que quando um determinado setor se modernizava, os trabalhadores podiam migrar para outras atividades, hoje, no entanto, isso não deve acontecer., principalmente porque são inúmeros os setores que estão se modernizando. A única saída é procurar atividades que ainda não estejam dominadas pelos tobôs.



Como sempre os países menos desenvolvidos tendem a sofrer mais. A tendência mundial de alocar fábrias onde a mão de obra é mais barata acaba com a tobotização. E maois aboa e velha cadeia produtiva também está caminhando para a extinção. A culpa neste caso recai sobre as impressoras 3D, que tornaram possível fabricar peças e componentes nos locais onde são necessárias.



Isso tudo, robôs, inteligência artificial, impressor 3D, internet das coisas (IoT), computação na nuvem, nanotecnologia, entre outros, já está sendo chamado de indústria 4.0 ou a Quarta Revolução Industrial. Tudo destinado a aumentar a produtividade e o lucro das empresas, mas não leva – nem um pouco – em consideração a preservação dos empregos e os impactos sociais consequentes.



Caiu por terra também a teoria de que a força de trabalho posta de lado pelas novas tecnologias encontrariam um porto tranquilo nas atividades de serviços. Mas são justamente essas atividades que estão sofrendo mais com a robotização.



Seja como for, está mais do que na hora dos governos, da sociedade e até mesmo das corporações começarem a repensar a forma como enfrentarão a robotizaçãoo disseminada em todas as áreas. Hoje estima-se que 194 milhões de pessoas estão desempregadas no mundo. Se este número aumentar substancialmente, e vão – como resolver os graves problemas sociais que surgirão? E se o número de desempregados chegar a um nível que nem mesmo uma quantidade considerada razoável de consumidores seja capaz de existir?



Em alguns países uma possível solução está sendo ensaiada, e como sempre nos escandinavos. Parece coisa de Eduardo Suplicy, com o seu eterno projeto de renda mínima, mas é isso mesmo. Todo cidadão, não importa a sua categoria social, posses ou o fato de estar ou não empregado, receberia um determinado valor que lhe garantiria a subsistência. São países que acreditam seriamente que o desemprego será algo devastador e que, portanto, a sociedade deve estar protegida.



Além de tudo isso ainda existem previsões catastróficas sobre a possibilidade, real, das máquinas começarem com o tempo a superarem os seus criadores, com o poder incontrolável que poderão adquirir. Tem militares, por exemplo, já preocupados com a crescente autonomia que está sendo dada as máquinas na decisão de disparos de armas nucleares, que sem um freio humano podem decidir, de acordo com a sua programação, deflagrar um conflito nuclear que poria fim a humanidade.



Exageros, por enquanto, à parte, a automação, robotização , como queiram chamar, é um assunto que deve estar no radar dos governantes. Em nosso caso mais que atual já que estamos vivendo um período eleitoral. Qual de nossos presidenciáveis terá coragem de abordar este assunto?

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