O JEITO TRUMP DE GOVERNAR SERVE PRA BOLSONARO?
Donald Trump governa, digamos assim, via
Twitter. Dispara suas mensagens diariamente “falando” sobre tudo, inclusive sobre
as diretrizes da sua administração. Bolsonaro passou – continua passando – todo
o período eleitoral postando nas redes sociais, praticamente ignorando os
outros meios de comunicação.
Será assim no seu – provável – governo?
Essa seria uma boa alternativa de pressionar os
outros poderes, como faz Donald Trump, dirigindo-se diretamente aos seus
seguidores e à população em geral.
É uma forma de promover plebiscitos diários
sobre opiniões e atos, testar ideias e fatos e deixar a “oposição”, seja ela
qual for, na incômoda posição de confronto.
A fórmula vem dando certo com Trump. Neste
momento, por exemplo os democratas muito pressionados por conta da “marcha dos
refugiados”. Os twitters de Trump ( e seus comícios – quem disse que comício
saiu de moda? – mudou apenas de formato)
colocam a “ameaça” no colo dos seus opositores e as pesquisas já acusam
um recuo no apoio aos democratas nas próximas eleições, que até então estavam
usufruindo vantagens.
Aqui, no Brasil, Bolsonaro certamente se
sentirá tentado a usar estratégia semelhante. Via WhatsApp ou outro aplicativo
do gênero, colocar congressistas em “maus lençóis”, caso discordem das suas
ideias e projetos, manter o judiciário e outros instituições nos trilhos, caso
de atrevam a ir de encontro sobre o que pensam – e desejam – os seus
seguidores.
Argumenta-se, e com razão, que esta não é
uma das mais democráticas formas de governar, mas são os tempos modernos. O
problema não está nos aplicativos e/ou nas plataformas, mas no uso que se faz
delas. Como em quase tudo, aliás.
Resta saber como reagirão os congressistas,
os outros poderes, a oposição e a população em geral. Aqui, como alhures,
ressalvadas todas as diferenças, o uso intensivo das redes sociais na política
e na governança é coisa recente e suas consequências ainda são razoavelmente
desconhecidas e por avaliar.
Veremos. Mas é quase inevitável o uso.
Afinal, quem vai resistir em seguir, pelo Twitter, WhatsApp, ou outro aplicativo
qualquer, o próprio Presidente da República?
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