COISAS QUE ME IRRITAM (I) NA “DEFESA” DAS UNIVERSIDADES

É sobre isso que queremos discutir?
Me irrito, e me preocupo, quando vejo a “defesa” das universidades restritas a questões de “gente pelada” ou “balbúrdias” nos campus. Ou pior, nas acusações de que o governo Bolsonaro é de direita. Enquanto ficarmos neste nível nenhuma defesa das universidades será eficiente, não comoverá a sociedade, não mobilizará ninguém contra os cortes ou quaisquer outras restrições.

Chega de tanta gente dizendo, nas redes sociais, que nunca vu gente pelada nas universidades e se mostrando comportada para rebater a existência de balbúrdias.

Vamos divulgar o que as universidades públicas produzem, o que elas têm de melhor. Suas pesquisas, suas preocupações com a ciência, os trabalhos que produzem, os resultados positivos para a sociedade, a diferença que elas são capazes de produzir para uma vida melhor para todo mundo.

Insistir na tecla de que o governo é de direita é conversa mole para boi dormir e não interessa a ninguém. Tem alguém quem não sabe ou dúvida disso? Pra começar o governo é assumidamente de direita. E daí?

Ou se demonstra que as universidades são efetivamente úteis para a sociedade ou nada feito.

É sabido que as universidades privadas não produzem ciência, não fazem pesquisas, não têm trabalhos acadêmicos. Se limitam a formar profissionais. A produção de trabalhos científicos, seja nas áreas humanas ou exatas está nas mãos das universidades públicas. Exclusivamente. Estão cumprindo com esta tarefa, já que vivem do dinheiro do contribuinte e têm uma responsabilidade social por conta disso? Se produzem – e produzem – que venham a público e mostrem a sua importância.

É preciso aproveitar, também, o momento, para discutir, com peito aberto, os inúmeros problemas que enfrentam. Chega das universidades se comportarem como “coitadinhas”, imunes a críticas, zelosas por esconderem as duas deficiências, que por sinal são muitas.

Nem Deus nem Diabo na Terra do Sol.

Talvez este seja um ótimo momento para discutirmos o modelo que queremos de fato para as nossas universidades públicas. Mas para isso é preciso que elas saiam do casulo e mostrem, demonstrem e convençam a sociedade da sua importância e dos benefícios que trazem para uma vida melhor para todos.

Gente pelada e a existência ou não eventuais balbúrdias devem ser deixadas de lado. Assim como a insistência, tola, de classificar o governo como de direita. O governo é e como tal foi eleito. Quanto mais cedo sairmos desse debate rasteiro melhor. Para as universidades e para a sociedade.

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