OS POLÍTICOS E O USO CORRETO DAS REDES SOCIAIS

Os políticos descobriram as redes sociais. É fato. E isso é bom. Mas estão usando corretamente para mobilizar os eleitores e a militância?

Na verdade, o que se vê muito por aí é uma espécie de maratona para conseguir o maior número de seguidores e de ‘likes’ nas publicações. E isso é um problema. Uma massa de seguidores, sem engajamento real com o político e suas ideias, e uma quantidade de ‘likes’, por maior que seja não significa muito, ou melhor, não significa nada.

O problema é que muito políticos ficaram entusiasmados demais com a performance de alguns ‘outsiders’ nas últimas eleições que – fazendo muito sucesso nas redes – desbancaram inúmeros concorrentes tradicionais.

Esse sucesso, dos novatos, precisa ser melhor compreendido pelos políticos, que desejarem ter, também, uma boa performance nas redes sociais e mais que isso, saírem vitoriosos nas suas campanhas eleitorais.

São duas, basicamente, as razões do sucesso dos novatos: a primeira é o conteúdo das suas postagens. A maior parte deles privilegiou conteúdos extremamente críticos ao governo de plantão, surfando na onda de insatisfação do eleitorado, abordando assuntos controversos e estimulando polêmicas, com muito viés aparentemente ideológico, muitas vezes voltados para questões relacionadas aos “costumes e a moral”.  São candidatos novos, sem histórico polí

tico, não têm as suas imagens atreladas aos partidos tradicionais e são extremamente descompromissados com ideias e projetos realistas.

A outra razão está no modo como funcionam as redes, os tais algoritmos, que em última instância determinam a quantidade de pessoas que visualizam as postagens. A coisa funcionam assim: quanto mais pessoas interagem com determinados conteúdos – e não importa se de maneira positiva ou negativa – essas postagens são, automaticamente, exibidas para mais e mais usuários, numa bola de neve sem fim.

E não estamos sequer falando aqui das “fábricas de seguidores” e de ‘likes’, que muita gente, ingenuamente, termina utilizando, por achar que a exibição de um número extraordinário de pessoas, que estariam interagindo com as suas plataformas, resulta em prestígio e em fator de atração para mais usuários.

Na verdade, o que realmente cria seguidores, fiéis e engajados, são os conteúdos adequados aos segmentos que o político ou o candidato quer realmente atingir, interagir e fidelizar. O caminho certo é encontrar e entender públicos que tenham alguma sinergia com as suas propostas e os seus valores. Só assim será possível estabelecer um relacionamento, que vai motivar as pessoas a darem o seu voto e, mais que isso,  fazerem o bom combate a favor da candidatura, inclusive contra as notícias falsas e os ataques. E isso requer qualidade e não quantidade.

Se não atentarem para esses fatos e peculiaridades das redes sociais, políticos e candidatos vão simplesmente perder tempo e recursos financeiros, correndo desesperadamente atrás de quantidade de ‘likes’ e de seguidores. O “espetáculo”, as polêmicas sem limites, assim como os relatos, ‘selfies’ e mais ‘selfies’, vídeos e mais vídeos da vida exclusivamente pessoal, servem para determinados tipos de políticos. Generalizar é um erro grave e custa caro. Muito caro.

Procurar saber o que de fato os eleitores querem ver nas suas redes sociais é o único caminho para o sucesso de políticos sérios, que têm propostas e projetos para apresentar. A trilha percorrida pelos chamados “midiáticos” é exclusiva deles. E de mais ninguém.

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