BRASIL LIDERA PESSIMISMO MUNDIAL
O Brasil, que até pouco tempo era líder mundial em otimismo,
mudou. Hoje o nosso pessimismo é duas vezes maior que o registrado mundo afora.
A média mundial é de 16% (os que acham que 2016 será pior que 2015). No Brasil
são 32%. A pesquisa, em 68 países, é da
rede WIN, em parceria com o Ibope, que coletou os dados no Brasil, divulgada no
jornal Estado de São Paulo.
A bem da verdade a maioria (50%) ainda acredita que este ano será
melhor do que 2015, abaixo, no entanto, da média mundial (54%), mas o
pessimismo vem crescendo significativamente, ano a ano. Em 2011 eram apenas 6%.
Em 2012 passou para 8% e em 2014 já chagava aos 26%, ultrapassando agora, a
barreira dos 30%.
Os que acreditavam na melhoria das condições de vida recuou
de 73% em 2011 para 57% em 2014 e para 49% em 2015. Agora são 50%.
A conclusão é óbvia: o sentimento positivo com relação ao
futuro está estagnado, enquanto o pessimismo sobe velozmente e que o problema
que mais aflige os brasileiros, neste momento, é a economia.
Isso fica evidente quando se constata a redução do número de
participantes das classes de consumo. As A e B, que eram 30% da população há
dois anos, passaram para 23% em 2015. A classe C caiu de 54% para 50%, enquanto
as D e E, onde estão os mais pobres, registraram um aumento expressivo, de 27%
em 2015 contra os 16% de 2014. Ou seja, gente que estava melhorando de vida,
está agora, andando para trás.
Em outras palavras, 1 em cada 5 brasileiros mudou de classe
de consumo. Para baixo.
Roberto de Toledo, em sua coluna no Estado de São Paulo, usa
uma metáfora interessante para interpretar os números da pesquisa, que divulgou
em primeira mão. Segundo ele, “na perspectiva do copo meio cheio, pode-se dizer
que o brasileiro é, antes de tudo, um otimista”. Mesmo sofrendo reveses, um atrás do outro
ainda acredita que as coisas podem melhorar. Já do ponto de vista do copo meio
vazio, “pode-se projetar que o desastre de opinião pública é questão de
tempo”. O aumento acelerado do
pessimismo, que rapidamente se transforma em mau humor, será impulsionado pelos
dois terços que andaram para trás no ano passado, no momento em que perceberem
que não conseguem recuperar o térreo conquistado.
Daí, pode-se esperar, com certeza, algo mais que pessimismo.
E mau humor da população é coisa para ser levada a sério, pois costuma ser
explosiva, mesmo para os costumeiros cidadãos cordatos deste meu Brasil varonil.
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