EM 2016 VAI SOBRAR PROS PREFEITOS
As
eleições de 2016 estão se aproximando, com novas regras e um eleitorado
definitivamente de mal humor e descrente do que os candidatos, a vereador e
principalmente a prefeito, podem oferecer. E, ao que tudo indica, a maioria dos
“pré-candidatos” ainda não se deu conta do que vão enfrentar neste pleito.
Difícil
encontrar um eleitor que tenha votado recentemente por convicção e com
entusiasmo em algum candidato. Sim, estamos falando da maioria do eleitorado e
excluindo, pela sua insignificância, as torcidas organizadas. Já faz um bom tempo em que os eleitores vão,
obrigatoriamente, às urnas, tomados pelo descrédito, a desconfiança e o
ceticismo. Muita gente tem votado em uns e outros pelo medo de perder alguma
conquista ou em busca de alguma recompensa concreta. O “Eu” predomina em
detrimento do “Nós”.
Nas
próximas eleições os candidatos vão se deparar com um eleitor que vai decidir o
seu voto em função da economia e da sua capacidade de consumo. Ao encarar qualquer candidato a pergunta que
vai orientar a possibilidade do voto é”:
o que EU ganho com isso ou com ele? As benesses do passado recente batem na porta
do eleitorado de fatura na mão e não há dinheiro para pagar e muito menos
crédito para rolar a dívida. E o que prefeitos e vereadores tem com isso? Não
importa, todos vão pagar o pato.
Vão
pagar o pato simplesmente porque são os primeiros na fila dos avaliados nas
urnas, em pleno epicentro da crise. Como se não bastasse os cofres das
prefeituras estão vazios e ninguém vai acreditar em propostas
mirabolantes. Teoricamente este quadro
favorece os opositores das atuais administrações. Mas vai depender muito do que
a “oposição” tenha a oferecer e mais que isso, que suas propostas tenham um
mínimo de credibilidade. Conseguirão dizer a verdade, nua e crua, para o
eleitorado?
Uma
outra pergunta, extremamente cínica, mas realista é: será que os atuais
prefeitos que podem se reeleger querem mesmo vencer? Seja lá como for estão
com uma imagem solidificada junto à população. Por pior que seja sempre pode
piorar, com uma nova administração, sem dinheiro, e com um eleitorado
(população) cada vez menos condescendente. E pode terminar fazendo a aquela velha opção: ruim com ele (ela) pior com...?
Seja
como for, ou como é quase sempre, os candidatos – que já se apresentaram ou que
apenas
manifestaram desejo – parecem mais alienados do que de costume. Já passou
a hora de se apresentarem e iniciarem uma conversa direta e franca com o
eleitorado. Promessas e truques de propaganda/marketing não vão funcionar
nessas eleições. As últimas eleições presidenciais foram ao extremo do
didatismo. Realidades cor de rosa e promessas mirabolantes, isso sem contar com
o aperto das novas regras, não entusiasmarão nenhuma parcela do eleitorado.
A
única saída possível é a trivial e antiga recomendação, que exclui qualquer
coelho tirado da cartola: comece agora a campanha. Mas comece sendo honesto (e
não estamos falando de dinheiro). Seja claro. Diga a verdade. Só prometa o que
pode fazer de verdade. E acima de tudo converse exaustivamente com os
eleitores. O que eles desejam dos próximos vereadores e principalmente dos
prefeitos certamente irá surpreender.
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